Em passagem por Santa Catarina representando Michel Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, falou pela primeira vez sobre a denúncia contra o presidente feita pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Temer foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro no inquérito sobre desvios no setor de portos e, de última hora, cancelou a vinda ao Estado onde iria prestigiar a inauguração do Centro de Educação Integral Leonel Brizola, em Bombinhas.
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Em breve entrevista aos jornalistas que esperavam cobrir a presença de Temer no Estado, Marun disse que "sinceramente não esperava que a denúncia acontecesse" e que "no momento adequado o presidente vai expor a sua defesa".
Confira na íntegra o que disse o ministro:
"Em relação ao presidente Temer, aparece uma gravação aonde o ex-deputado Rocha Loures pergunta a ele questões relativas ao porto e ele responde "olha, eu não sei, pergunte para o Gustavo". Gustavo é hoje Ministro dos Direitos Humanos, que era o Secretário de Assuntos Jurídicos. Na sequência à gravação da fala de Rocha Loures com o ministro Gustavo falando e ele dizendo "não, anteriormente a 93 nós não vamos possibilitar qualquer homologação, por que antes de 93 não existiam licitações. Só vai ser permitido prorrogação onde houve licitação". A (empresa) Rodrimar, o contrato da Rodrimar é anterior 93. Como eu digo um decreto que é benéfico ao país, o próprio jornal Globo reconhece que mais de R$ 25 bilhões em investimentos estão aguardando conclusão dessa situação onde nada de concreto contra o presidente Temer está colocado, salvo esse telefonema. Eu, sinceramente, não esperava que a denúncia acontecesse. Toda via com serenidade, e no momento adequado, o presidente vai expor a sua defesa e vamos seguir em frente. Temos ainda alguns dias de governo e vamos seguir governando por que ainda temos muitas coisas para fazer".
Questionado se a não vinda de Temer ao evento no litoral catarinense teria relação com a denúncia, Marun respondeu que "como eu estou agora lendo essa denúncia talvez ele (Temer) até esteja fazendo o mesmo. Contente (ele) não ficou. Eu acredito que foi uma atitude equivocada a apresentação da denúncia, mas partiu da procuradora-geral da República e ela (a denúncia) tem que ser por nós examinada. Acredito que o presidente Temer tenha decidido hoje se dedicar a uma análise maior do que está sendo acusado. São coisas que eu vejo como fantasiosas, colocam o presidente Temer como dono dessa Ageplan e como prova coloca 11 telefonemas que ele deu para a empresa. Se eu fosse dono de toda empresa que eu dei telefonema 11 vezes, eu seria um homem rico, certo? Coisas assim, naquele espírito da busca da acusação, da construção de uma tese, e a partir dali a busca coisas no sentido de corroborar essa tese. Tenho certeza que é uma denuncia, que é um processo, que não prosperará e que ao final resultará na absolvição do presidente".
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