A Justiça concedeu na tarde desta quarta-feira liberdade provisória ao tenente da Polícia Militar Paulo Renato Farias. Ele estava detido desde a manhã de terça, quando discutiu com integrantes da Polícia Civil instantes antes de uma entrevista coletiva na sede da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis.
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A libertação do oficial foi garantida com o pagamento de fiança no valor de R$ 937,00, determinada em uma audiência de custódia na Capital. Apesar de ser permitida a fiança, a juíza Erica Lourenço de Lima Ferreira apontou que a prisão obedeceu as formalidades constitucionais e formalizou o flagrante pelos crimes de desobediência, desacato, resistência e de falsa identidade — policiais civis alegaram que o PM fingiu ser jornalista ao entrar na Deic.
Na audiência também foi determinada a requisição de cópias das gravações das câmeras de segurança de todas as dependências da Deic, registradas entre 7h e 21h da última terça-feira, para auxiliar na apuração do caso. Uma cópia do processo será enviada para a 5ª Vara Criminal da Capital, onde deverá ser apurado se também houve crime militar no episódio.
Após ser detido na Deic, o tenente da PM passou a noite em um batalhão da corporação em Balneário Camboriú, sob custódia da própria Polícia Militar. Comandante da PM na cidade de São João Batista, o tenente compareceu à paisana na coletiva anunciada pela direção da Deic. Ele estava descontente pelo fato de a PM não ter sido avisada previamente da operação da Polícia Civil em São João Batista, na madrugada de sábado, quando três assaltantes morreram em confronto e dois policiais civis ficaram feridos.
Farias queria se manifestar na entrevista coletiva, mas foi impedido. Em meio à confusão, delegados levaram o oficial até uma sala e o algemaram. Como ele se recusou a assinar um termo circunstanciado, acabou preso em flagrante.
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Na audiência de custódia desta quarta, o tenente confirmou que entrou na sede da Deic sem se identificar como oficial da PM, mas negou que tenha afirmado ser jornalista. O policial militar também negou ter atacado os policiais civis, mas reconheceu que resistiu ao ser algemado.