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Elas conferem um tom divertido e colorido às ruas da Capital e do Estado. Em hora de sol intenso, nas chuvaradas e mesmo nos dias nublados, as sombrinhas são companhia obrigatória de homens, mulheres e crianças. O acessório se multiplicou em modelos, que vão das rendas e das listras aos estilos orientais e infantis.

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Mas o que fez com que esse item típico do século 19 e mais familiarizado com as vovós ganhasse a marca da moda e se popularizasse entre todas as faixas etárias em pleno século 21?

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Adeptos das sombrinhas explicam as causas da aprovação desse item, entre elas, o fato de ser capaz de proteger desde o banho de chuva inesperado às queimaduras provocadas pelo sol, além de complementar o visual.

Para a professora do curso de Moda da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) Balbinete Silveira, os fenômenos naturais deram um impulso para a atual adoção das sombrinhas, e o acessório passou a ser um aliado diante da descoberta dos altos índices de raios ultravioleta, que causam envelhecimento precoce da pele e câncer.

A estudante de Engenharia Civil da UFSC Letícia Perini, 18 anos, percebeu a popularidade e a necessidade do acessório. Para se proteger do sol, Letícia adotou a sombrinha, mas não descuidou do estilo, optando por um modelo que também fosse “bonitinho”, com as extremidades trabalhadas com estampas que imitam renda.

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De pele muito branca, a estudante de Matemática Helena Koch (que ilustra a capa desta edição) não abre mão do acessório em dias de sol a pino. Outro adepto é o doutorando em Engenharia de Materiais da UFSC Rafael Arenhart, 24 anos. Desde o ano passado, depois do alerta da namorada, Carolina Pasta, 26 anos, ele não tira o guarda-chuva da mochila.

– Só não usava antes porque eu não sabia do risco de ficar tão exposto ao sol – destaca Rafael.

Não é a primeira vez que as sombrinhas ficam em alta. Elas fizeram parte da moda francesa a partir do século 17 e chegaram ao auge no século 19. Na época, a pele pálida era valorizada e, por isso, o acessório ganhou destaque. A soberania durou até os anos de 1930, quando os conceitos estéticos mudaram, como explica a professora da Udesc:

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– Começou a se buscar o corpo bronzeado, exposto ao sol, e as sombrinhas caíram em desuso.

Guardadas na gaveta ou apoiadas atrás da porta, as sombrinhas passaram a ser vistas só nos dias de chuva. De acordo com Balbinete, na década de 1970, os hippies resgataram-na como uma forma de valorizar peças clássicas e antigas. Mas o movimento passou, e o objeto caiu novamente no esquecimento. Espaço só para o guarda-chuva preto, em dias de temporais, ou os de florzinha miúda, que protegia as vovós do sol forte. Mas, em 2012, finalmente, filhos e netos escutaram as sábias senhoras. Balbinete considera positivo para a moda o retorno das sombrinhas.

– A sombrinha não precisa combinar com a roupa, mas com o estilo da pessoa. Isso que é legal, é uma peça divertida, que ajuda a brincar com o visual – destaca.