Inspirado na tendência de fast casual – comida rápida em ambiente tranquilo -, um restaurante de comida calimex, misto de californiana e mexicana, abriu no fim do ano passado a sua segunda filial em Porto Alegre. A nova unidade, localizada numa casa tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) no bairro Moinhos de Vento, tem como tônica o uso abundante de cores intensas e o reaproveitamento de materiais.

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Desenvolvido pelos profissionais Reinaldo Forte, Paola Escuder e Roberto Bastos, do escritório Sceno, o projeto de interiores buscou na identidade dos proprietários, todos na faixa dos 20 anos, as referências para criar um espaço divertido e descontraído voltado para um público-alvo da mesma faixa etária.

– Fizemos uma grande renovação de comunicação visual para deixar a loja mais próxima das pessoas e do bairro, dentro do conceito friendly (amigável). Para isso, colocamos fotografias dos donos, dos amigos e dos eventos em que a marca participa em quadros espalhados pelas paredes do restaurante – diz Forte.

Além disso, o que poderia ser um empecilho acabou contribuindo. A fachada do prédio histórico, por exemplo, não poderia sofrer nenhum tipo de intervenção, podendo receber apenas a logomarca no alto.

– A marca já tinha uma identidade, mas acabamos agregando alguns elementos. O verde do lado externo (nas aberturas), que tinha de ser mantido, parece que foi feito sob medida, pois remete ao guacamole e ao pico de gallo, ambos molhos da culinária mexicana que tem verde, abacate e salsinha respectivamente, como ingredientes – comenta o arquiteto. Do lado de fora, a fachada (abaixo) permaneceu igual, ganhando apenas caderias e mesas de madeira para lanches rápidos.

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Segundo Forte, toda a madeira usada é reaproveitada; das banquetas às mesas de atendimento.

Além disso, a comunicação visual interna utiliza materiais reciclados e recicláveis, o projeto de luminotécnica realizado por Eduardo Becker adota LEDs em esquema de baixo consumo, e o sistema de exaustão da cozinha transforma os resíduos em vapor d?água.

– Em função do custo e do pouco tempo, o projeto seguiu a ideia de aproveitar o que a casa tinha. O teto era amarelo vivo (abaixo), neste tom quente como é a pegada da Califórnia, de muito sol e alegria. Optamos por mesas redondas, evitando móveis com cantos, e usamos uma mesa coletiva no segundo piso para ser compartilhada até por quem não se conhece – explica o autor.