As polícias Civil e Militar confirmam o crescimento da criminalidade e ambas reivindicam mais efetivo para dar conta da demanda. A tendência, avaliou o delegado da Divisão de Roubos, Marcel de Oliveira, é não só aumentar o número de casos como também a violência com que os crimes são praticados.
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A escalada está relacionada não apenas com o crescimento da população, mas com a posição estratégica de Joinville, entre duas capitais (Curitiba e Florianópolis), pelo fato de estar no trajeto da BR-101 e pela proximidade com o PR.
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_ Cada vez mais, o cidadão precisa se preocupar em preservar a integridade física, porque os criminosos estão menos preocupados com o tipo de violência que terão de aplicar _ alerta o delegado.
O coronel Benevenuto Chaves Neto, comandante da 5ª Região da Polícia Militar, acrescenta que a impunidade é o gatilho para essa realidade.
_ Hoje, o marginal sabe que não vai ficar preso e, se for, vai ficar poucos dias e logo voltará para as ruas _ conclui.
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À espera de reforços de soldados e câmeras
Não é só a investigação que carece de efetivo. A Polícia Militar também está solicitando mais recursos humanos para atender à demanda de Joinville.
_ O que acontece em Joinville é inaceitável. Aumentou a população e houve um decréscimo de efetivo. Estamos buscando, além de recursos humanos, inovar com tecnologia para fazer frente a essas situações _ destaca o coronel Benevenuto Chaves Neto, comandante da 5ª Região da PM.
Benevenuto solicitou 150 policiais para incrementar a tropa de Joinville e de outras cidades da região. Hoje, a PM de Joinville conta com efetivo de 771 policiais, considerando o setor administrativo, a equipe de aviação e a Polícia Militar Rodoviária.
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Ele também aguarda a instalação das novas câmeras de vigilância prometidas pelo governo do Estado no ano passado. Os equipamentos já foram comprados e está em trâmite o processo licitatório para contratação de empresa que faça a instalação.
Com mais policiais nas ruas, o comando pretende colocar em prática alguns projetos para responder a crimes contra o patrimônio, que são os assaltos. Um deles é reforçar as rondas com o auxílio de motocicletas, pela agilidade que o veículo proporciona.
Repressão não atende à demanda
Tanto os crimes de furto quanto os de roubo são atendidos pelas delegacias de área. Apenas os mais graves, que envolvem quadrilhas e associações criminosas, ficam sob a responsabilidade da Divisão de Roubos da Divisão de Investigação Criminal de Joinville, comandada pelo delegado Marcel de Oliveira.
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Para o delegado, é impossível atender à demanda de crimes registrados na mais populosa cidade do Estado com o efetivo que se tem hoje. Em levantamento feito no ano passado pela reportagem de “A Notícia”, Joinville apresentava o mesmo número de policiais civis de 18 anos atrás, cerca de 170. Policiais da instituição afirmam que esse número já reduziu em função de aposentadorias e agentes que mudaram de carreira.
_ Nós atuamos na tentativa de que, após cometer o crime, ele seja indiciado, processado, denunciado e preso. Porém, o trabalho é feito conforme a força de que se dispõe no momento. Hoje, não está atendendo à demanda de repressão necessária _ avalia.

Roubo: popularmente conhecido por assalto – crime previsto no artigo 157 do Código Penal Brasileiro – significa subtrair coisa alheia mediante grave ameaça ou violência. A pena pode variar entre quatro e dez anos de prisão, além de multa.
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Furto: crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, significa subtrair coisa alheia. Neste caso, a vítima não se dá conta do crime e não há ameaça ou violência. A pena pode variar entre um e quatro anos de prisão, além de multa.