Já chega a dez o número de mortos devido ao temporal no Rio de Janeiro. A chuva, que começou ainda na tarde de segunda-feira (8), deixou ruas alagadas, derrubou árvores, danificou veículos, além de causar outros prejuízos em várias regiões da cidade.

Continua depois da publicidade

O Corpo de Bombeiros localizou nesta terça (9) três corpos dentro de um táxi soterrado próximo à Ladeira do Leme, na zona sul da capital fluminense. Segundo a delegada Valéria Aragão, da 12ª DP, são de uma idosa, uma criança e um homem. As identidades não foram reveladas.

As outras vítimas foram um homem encontrado preso embaixo de um carro na Gávea (zona sul), duas mulheres soterradas em um deslizamento de terra no Morro da Babilônia (zona sul) e um homem eletrocutado em Santa Cruz (zona oeste).

Foi confirmada também a morte de um homem por afogamento em Guaratiba (zona oeste). O temporal deixou ainda ao menos 1.204 desalojados, 220 desabrigados e seis feridos no Estado, segundo balanço ​do governo do Rio.

A água encobriu parte de carros, derrubou árvores e paralisou o trânsito. Segundo a prefeitura, em algumas localidades choveu em quatro horas mais do que o esperado para o mês. O município se encontra em estágio de crise e a recomendação das autoridades é para que a população só saia de casa "em caso de extrema necessidade".

Continua depois da publicidade

Rio de Janeiro
Temporal deixou ainda ao menos 1.204 desalojados, 220 desabrigados e seis feridos no Estado (Foto: Mauro Pimentel/AFP)

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), reconheceu nesta terça que sua gestão falhou ao não se antecipar às chuvas para evitar o alagamento nas ruas da cidade, principalmente na zona sul.

Crivella afirmou que as equipes da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) saíram apenas no meio da tarde para as ruas com equipamentos para desobstruir a rede pluvial. Segundo o mandatário, eles ficaram presos no trânsito e não chegaram às áreas mais críticas.

O prefeito ainda disse que falta dinheiro para investir na redução de efeitos de temporais na cidade. Afirmou que a prefeitura não tem recursos para, por exemplo, realocar pessoas que moram em áreas de risco para locais seguros ou para construir novos reservatórios subterrâneos (piscinões) que sirvam para escoar água das enchentes.

— Temos milhares de famílias morando em área de risco. Temos 750 mil bueiros que precisam ser limpos constantemente. Agora, os recursos para isso são pequenos. Dependemos de parcerias com o governo federal. A cidade do Rio de Janeiro contribui para o governo federal com R$ 160 bilhões por ano com impostos. E só recebemos de lá para cá, com muita dificuldade, R$ 5 bilhões — afirmou Crivella.

Continua depois da publicidade

Deslizamento de terra no Morro da Babilônia, no Leme, deixa dois mortos na madrugada desta terça(
Deslizamento de terra no Morro da Babilônia, no Leme, deixa dois mortos na madrugada desta terça( (Foto: Jose Lucena/ Futura Press/Folhapress)