A segunda-feira foi de contabilizar os estragos causados pelo temporal que atingiu o Sul de Santa Catarina no domingo. Em Meleiro, pelo menos cinco propriedades rurais foram atingidas pelas rajadas de vento forte, que destruíram galpões e derrubaram árvores. Os estragos atingiram também Morro Grande, Forquilhinha, Criciúma e Içara. No final da tarde de domingo, o sistema do Epagri/Ciram registrou vento acima dos 80 km/h em Araranguá, município vizinho a Meleiro, e de quase 100 km/hm em Criciúma.

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Na propriedade da família Pagnan, no Poço Verde, toda a cobertura do pavilhão de máquinas foi arrancada com a força do vento. Ediovane Pagnan, 45 anos, nasceu no interior de Meleiro, e nunca tinha visto nada semelhante. Ele disse que a rajada forte durou menos de dois minutos, mas os estragos foram grandes. O galpão de quase 500 metros quadrados, reformado há menos de quatro meses, teve toda a parede da frente derrubada, e a cobertura de aço e alumínio foi arrancada.

— Olhei pela janela mas não conseguia ver nada, era muita chuva, só ouvi o barulho forte e quando passou tinha estourado a parede da frente, o porão voou e atingiu a máquina, o telhado parou aqui do lado no terreno do vizinho, foi muito rápido — relembra o produtor rural.

Os 180 sacos de ureia que estavam armazenados no pavilhão ficaram encharcados, e alguns terão que ser descartados. Pelo menos três máquinas fora atingidas por bloco que se desprenderam da parede, e uma delas deve custar pelo menos R$ 50 mil para realizar o conserto. No telhado, instalado este ano, foram investidos R$ 150 mil, mas nada será reaproveitado. Com a falta de mão de obra nesse período do ano, Pagnan só vai começar a reconstruir a estrutura no ano que vem.

A poucos quilômetros dali, uma quadra de tênis indoor ficou destruída depois da tempestade. A instalação tem cerca de cinco anos, e teve todo o telhado retorcido pelo vento. Algumas telhas foram parar a mais de 500 metros de distância do local, que fica em uma área de poucas construções ao redor. O proprietário do local preferiu não se identificar, mas a família ficou aliviada pelos prejuízos serem somente materiais, já que costuma utilizar o local nos domingos à tarde.

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O Gerente Regional da Epagri Araranguá, Reginaldo Ghellere, disse que até o momento pelo menos cinco propriedades rurais foram atingidas em maior gravidade. A faixa onde o vento forte deixou o maior rastro de destruição foi entre Meleiro e Morro Grande, em um trecho que cerca de quatro quilômetros. A estação meteorológica instalada na região não mede rajadas de vento, mas a Epagri deve cruzar dados com as estações vizinhas para estimar a velocidade das rajadas.

Dezesseis municípios foram atingidos, segundo a Defesa Civil

O relatório da Defesa Civil do Estado indica que pelo menos 336 pessoas foram afetadas pelo temporal, em 16 municípios. Também foram atingidas as cidades de São Cristóvão do Sul, Sombrio, Gravatal, Armazém, Lebon Régis, Rancho Queimado, Laguna, Araranguá, Herval D’Oeste, Imaruí, Imbituba e Araquari. Não há pessoas desalojadas ou desabrigadas, mas um homem morreu em Forquilhinha depois de ser atingido por um raio.

Segundo a técnica em Meteorologia Bianca Souza, os temporais de domingo ocorreram por conta da chegada de uma frente fria, que potencializou as nuvens quando encontrou o ar muito quente que estava sobre o Estado. Os temporais vieram com ventos fortes, descargas elétricas e granizo em algumas cidades.

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