Temporada marcada por falta de água e luz em Balneário Camboriú

Falta de água e energia elétrica foram os dois principais problemas que atingiram Balneário Camboriú nesta temporada de verão. O resultado foi apontado em uma pesquisa com empresários pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio SC) divulgada ontem.

As dificuldades com distribuição de água foram apontadas por 52,2% dos comerciantes ouvidos. Na sequência, aparecem os problemas com energia elétrica, com 44,3%.

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Além disso, foram registradas reclamações com relação aos estacionamentos e congestionamentos (4,9%), bem como problemas relacionados à segurança (3%). Outros 19,7% dos entrevistados disseram não ter problemas e 11,8% relataram outras dificuldades.

A pesquisa foi feita com comerciantes de estabelecimentos na Praia Central de Balneário Camboriú, entre 14 e 17 de janeiro deste ano. Foram ouvidos 340 empresários, incluindo os do Norte da ilha de Florianópolis, onde o estudo também foi feito.

Para a gerente do restaurante Mangiare Felice, Claudia Tavares, a falta de água foi o que mais atrapalhou seu estabelecimento:

– Foram oito dias sem abastecimento, coisa que nunca havia acontecido antes. Disseram que foi por causa do consumo, mas estamos com o mesmo movimento do ano passado. Temos um reservatório de 40 mil litros e mesmo assim ele secou a ponto de não termos água para fazer um suco. Pagamos um ágio enorme para chamar o caminhão pipa. Gastamos R$ 8,5 mil só com água – disse durante a pesquisa, que traz no relatório depoimentos dos empresários.

Para minimizar os problemas, a Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú (Emasa) planeja ações para melhoria dos serviços. Conforme o diretor-geral, Valmir Pereira, ontem um grupo se reuniu para definir mais detalhes sobre a implantação de uma nova adutora de captação de água de 800 milímetros.

– Com essa adutora, que tem cerca de 3,5 quilômetros, saindo de Camboriú até Balneário, queremos aumentar o tratamento da água de 932 litros por segundo para 1500 litros por segundo – afirma.

Segundo Pereira, a obra deve iniciar no final de março e ser concluída até outubro. Além disso, o diretor diz que será feito um reforço na rede com novas ligações.

Na marginal leste também está sendo instalada uma adutora que vai aumentar o abastecimento na Barra Sul e praias agrestes e deve ser finalizada em dois meses. Se estas melhorias resolverão o problema, Pereira declara ainda não saber.

Falta de energia

Em segundo lugar entre reclamações, a falta de energia registrou pelo menos dois episódios de maior relevância no município. Um deles foi em 3 de janeiro, quando ocorreu o rompimento de um alimentador na subestação Salseiros, fazendo com que toda Camboriú e parte de Balneário Camboriú ficassem sem luz do meio-dia até de noite – 45 mil unidades foram afetadas.

O segundo apagão ocorreu dia 13 de fevereiro, após uma falha em um transformador instalado na subestação Praia Brava. Os bairros Praia Brava e Fazenda em Itajaí e a parte norte de Balneário Camboriú ficaram sem energia das 23h à 1h, segundo a Celesc.

Os problemas, segundo o chefe da agência regional da Celesc em Itajaí, Iron Silva, foram ocasionados pelo calor excessivo. De acordo com ele, o nível dos reservatórios das usinas diminuiu e houve um maior consumo em função da grande aquisição de aparelhos de ar-condicionado.

Em consequência disso, a empresa precisou fazer um rodízio de desligamentos. Ele afirma que em reunião quinta-feira, em Florianópolis, foram tratadas algumas ações para acabar com os problemas.

– Até novembro deste ano, dependendo do tempo, queremos concluir a instalação de nove alimentadores no Litoral Norte e dos novos transformadores para as subestações de Camboriú, Morro do Boi e Balneário Piçarras ou Porto Belo, ainda em análise. No total serão R$ 30 milhões em investimentos. Com isso esperamos trabalhar com folga – ressalta.