A atual temporada é a melhor dos últimos cinco anos, pelo menos para as imobiliárias especializadas em aluguel de verão.

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Isso sem contar o Carnaval, que representa um pico de demanda, que faz os preços subirem até 130%, como no caso da região da Lagoa da Conceição (veja arte ao lado).

Do trio de praias que mais movimenta o mercado no Norte da Ilha, em Florianópolis, Ingleses e Canasvieiras fizeram a alegria de corretores, que dizem ter faturado 15% a mais do que na temporada passada. A exceção é a badalada Jurerê Internacional. Por trabalhar com um público-alvo específico, os endinherados, o movimento vem caindo desde 2007, ano que antecedeu a crise financeira internacional.

A diferença básica entre as praias é que enquanto as duas primeiras demandam um desembolso de R$ 100 a R$ 5 mil por dia, no máximo, Jurerê Internacional cobra de R$ 600 a R$ 15 mil pelas diárias de suas casas e apartamentos. Nos Ingleses e em Canasvieiras, as imobiliárias comemoram o aumento do poder aquisitivo do turista brasileiro, com a ascensão da nova classe média, e a volta dos argentinos a Santa Catarina. Em Jurerê, os corretores reclamam de nunca mais terem conseguido fechar contratos semanais de locação de R$ 50 mil. Isso porque a praia concorre diretamente com os cruzeiros e destinos internacionais, em vantagem com a queda do dólar. Além disso, os estrangeiros têm comparecido menos no verão catarinense desde a crise de 2008.

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Para a corretora Patrícia Corrêa, dona de imobiliária que administra mais de 300 imóveis nos Ingleses e no Santinho, o verão 2012 é o melhor dos últimos anos. Melhor, especialmente, do que o de 2011, quando a temporada estendida prejudicou o fechamento de contratos – o feriado de Carnaval caiu no dia 8 de março.

Patrícia explica que fevereiro está muito mais movimentado este ano porque o Carnaval cai no dia 21, o que estimula o turista que veio em janeiro ou no início do mês a esticar a estada por mais tempo.

– Em janeiro, fechamos 80% do número total de contratos feitos na temporada passada, que se estende até o final do Carnaval. Também, conseguimos crescer financeiramente de 15% a 20% sobre a temporada de 2010.

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A corretora atribui parte do bom resultado à estratégia de parcelar o valor total da locação em até cinco vezes. A sacada é que todas as prestações devem estar pagas antes de o cliente entrar no imóvel. No verão passado, de acordo com Marcelo Bohrer, sócio da Newton Imóveis, de Canasvieiras, as chuvas que começaram no dia 22 de janeiro, combinadas ao Carnaval tardio, que “picotou” a temporada, fizeram da estação um fracasso.

Emerson Narcizo, dono da Emerson Imóveis, também de Canasvieiras, reconhece que o número de argentinos que visitam o balneário ao longo do ano caiu. Em compensação, a praia, tradicional reduto hermano, passou a atrair brasileiros. Ele diz que 60% dos seus clientes são turistas nacionais nesta temporada.

– Faz 10 anos que, pouco a pouco, os argentinos têm vindo menos. Acredito que o marco foi o plano corralito (quando as poupanças foram congeladas, em 2001), que diminuiu o poder aquisitivo na Argentina. Enquanto isso, cresceu o dos brasileiros. Hoje vemos uma inversão.

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Embora não chegue aos pés dos tempos áureos, este verão é o melhor em volume de argentinos desde 2007, ressalta Marcelo. A estimativa é de que a imobiliária feche a alta temporada com faturamento 15% maior.