A pesca artesanal da tainha em Florianópolis ultrapassou, nesta terça-feira (27), números expressivos já registrados nos últimos anos. Desde o início da temporada deste ano, 189.090 mil peixes foram pescados nos mais de 14 ranchos da Capital. O número supera em quase 45 mil os registros do ano passado (que contabilizou 145 mil tainhas em toda a temporada) e estaria entre as maiores safras da Capital, segundo a prefeitura.

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Imagens divulgadas pelo NSC Total mostram grandes lanços de pesca nos últimos dias, em que a faixa de areia foi coberta por milhares de tainhas. Na praia de Naufragados, 40 mil pescados foram contabilizados em duas redes de pesca na manhã de segunda. Também nesta data, a praia de Moçambique teve registros de grandes capturas.

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Os números apresentam crescimento após a temporada ser considerada “fraca” em Florianópolis. No primeiro mês, apenas 35 mil tainhas foram pescadas no município, registro de mais de 20 mil a menos do que ano anterior. A baixa foi associada aos efeitos climáticos, somados à degradação dos ambientes costeiros, conforme avaliaram especialistas.

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A pesca da tainha artesanal anualmente tem início em 1º de maio. Nesta modalidade a pesca é feita por comunidades tradicionais que, em embarcações pequenas dentro do mar, jogam uma rede de cerco, fechando os animais em um “saco”. A rede, assim que o cardume é capturado, é “arrastada” pelas extremidades até a areia da praia. Geralmente fazem parte dessa atividade 10 a 15 pescadores.

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Para que a temporada seja boa e os cardumes cheguem na costa é necessário um ritual climático específico. Os peixes, que saem do Sul do Brasil, encostam no Litoral catarinense com a ajuda do vento sul — os cardumes aproveitam as correntes marítimas das frentes frias para desovar em águas costeiras mais quentes, como é o caso de Santa Catarina. Se a direção do vento, porém, não for como o esperado, a pesca é atrapalhada pelo número baixo de tainhas, que não conseguem costear o litoral do Estado.

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A pesca artesanal de praia, feita por comunidades (que registrou números históricos em Florianópolis), não possui cotas máximas, diferente da atividade de amalhe anilhado e industrial.

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A pesca artesanal de emalhe anilhado foi encerrada em Santa Catarina, na última semana, após atingir a cota de 460 toneladas permitida para a safra de 2023. Nesta modalidade, a rede se fecha no momento em que os peixes são capturados, utilizando o alinhamento para evitar a fuga dos animais.

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A atividade teve redução de 68% no volume de pescados permitidos este ano, em uma medida publicada pelo governo federal. A temporada tem início em 15 de junho e atingiu sua cota cerca de 37 dias depois, um mês antes do encerramento oficial.

Já a pesca industrial da tainha em Santa Catarina foi proibida. A medida é contestada pelo governo catarinense, que alega um prejuízo milionário para Santa Catarina. Desde a publicação do documento, o Estado tentava reverter a situação, mas não obteve sucesso.

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