Há muito tempo a Fórmula-1 não começava uma temporada com tantas mudanças nos carros. A Federação Internacional do Automobilismo (FIA) resolveu limpar a parte aerodinâmica, remetendo ao visual dos carros dos anos 80, além de promover a volta dos pneus slick, sem os sulcos, usados na categoria desde 1998. O principal objetivo das mudanças é o de tentar facilitar as manobras de ultrapassagem, quase ausentes na F-1 nos últimos anos.

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Também atingida pela crise financeira global, a F-1 tenta encontrar novos rumos para continuar sendo a principal referência do automobilismo internacional. Na pré-temporada, encerrada na semana passada, as equipes não puderam esconder muito o jogo por causa das muitas novidades. E quase ao final dos testes, veio a surpresa com a equipe Brawn GP, ex-Honda, de Rubens Barrichello.

Confira gráfico:

Com as equipes ainda tentando encontrar o rumo no atual regulamento, um grupo maior de pilotos pode disputar as vitórias, além de muitas surpresas, como o bom desempenho da Williams nos treinos livres em Melbourne, primeira etapa do Mundial.

Todas as especulações sobre como as equipes encararam o novo regulamento começam a ser respondidas neste final de semana, na madrugada de domingo, no GP da Austrália. A largada da prova no circuito de Albert Park está prevista para as 3h, e será mostrada ao vivo pela RBS TV.

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E pode acontecer de tudo, desde uma surpresa total com a Brawn lutando pela vitória, um equilíbrio entre muitas equipes ou uma delas estar disparada na frente de todas as outras. Na pré-temporada, até algumas grandes patinaram na interpretação das novas regras. A Ferrari, por exemplo, chegou a pedir a eliminação do KERS, o dispositivo que reaproveita a energia gerada nas frenagens para dar mais força ao motor. A equipe italiana simplesmente não conseguia colocar o novo sistema em funcionamento ideal. Mas nesta semana, já em Melbourne, o finlandês Kimi Raikkonen, companheiro de Felipe Massa, disse que a Ferrari vai usar o equipamento.

Serão a corrida na Austrália e as primeiras etapas que esclarecerão, mas a impressão deixada na pré-temporada pela McLaren, do atual campeão Lewis Hamilton, é de uma equipe perdida. Os próprios dirigentes reconheceram as dificuldades, admitindo um erro de projeto no novo carro. Mas nunca se pode descartar uma escuderia tão tradicional e com tantos recursos.

No outro lado estão a Ferrari, a Renault e a BMW, embora os primeiros treinos na Austrália tenham mostrado desempenhos apenas razoáveis delas. Com bons testes, ao lado da surpreendente Brawn, essas equipes se credenciam para fazer uma temporada competitiva. Mais maduro, afirmando que o episódio da perda do título no ano passado nos últimos 500 metros do GP de Interlagos já foi esquecido, Massa se diz preparado para brigar pelo campeonato, vencido pela última vez pelo Brasil com Ayrton Senna, em 1991.

Se a Brawn confirmar o bom rendimento, será um justo prêmio para Rubinho, um piloto que sofreu muito com carros pouco competitivos no começo da carreira e com a sombra mortal de Michael Schumacher nos seus anos de Ferrari.

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