As sanções americanas contra o Irã devem ser suspensas imediatamente, porque “o tempo urge” para a população, que “já sofre profundamente” com seu restabelecimento – declarou o representante iraniano na Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, nesta quarta-feira (29).
Continua depois da publicidade
O Irã apresentava seus argumentos finais no julgamento iniciado em julho contra Washington para obter a retirada das sanções que o presidente Donald Trump reimpôs à República Islâmica.
“O tempo urge para a República Islâmica do Irã”, declarou aos juízes o representante iraniano, Mohsen Mohebi.
“Milhões de pessoas que vivem no país já sofrem profundamente as sanções restabelecidas pelos Estados Unidos”, acrescentou.
Continua depois da publicidade
Em maio, o presidente americano, Donald Trump, retirou os EUA do acordo sobre o programa nuclear iraniano firmado por Teerã e pelas grandes potências em 2015 e por meio do qual a República Islâmica se compromete a não buscar se dotar de armas atômicas.
À decisão sobre a saída seguiram-se duras sanções americanas contra o Irã, entre elas o bloqueio a transações financeiras e às importações de matérias-primas, assim como medidas punitivas contra as compras nos setores automobilístico e de aviação comercial.
Na terça-feira, os Estados Unidos defenderam que a retomada das sanções é necessária para proteger a segurança internacional e rejeitou a competência da CIJ para o julgamento solicitado pelo Irã.
Continua depois da publicidade
Às primeiras sanções americanas, impostas em meados de agosto, vão-se somar outras medidas em novembro, voltadas para os setores de petróleo e gás, centrais na economia iraniana.
Várias empresas internacionais anunciaram que vão deixar o país, após o restabelecimento das sanções.
Teerã afirma que as medidas americanas são “violações flagrantes” das disposições do tratado entre Estados Unidos e Irã de 1955, que prevê “relações cordiais” entre os dois países e estimula as trocas comerciais.
Continua depois da publicidade
Ambos não mantêm relações diplomáticas bilaterais desde 1980.
* AFP