Os dias frios trazem de volta a preocupação com um vilão que já faz estragos na região desde março: o vírus H1N1. Segundo dados da Vigilância Epidemiológica de Blumenau, até ontem foram registradas sete mortes e 55 casos confirmados de pacientes com gripe A. Duas pessoas ainda aguardam resultados dos exames. Em 2009 houve 11 óbitos na cidade. Em 2012 o saldo caiu para 10, mas o volume voltou a subir nos últimos três anos.

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Segundo o último boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC), Blumenau é a segunda cidade catarinense com mais mortes e confirmações, atrás apenas de Joinville, que até ontem registrou oito óbitos e 56 confirmações. Em todo o Estado já são 660 registros de gripe A e 87 mortes. Entre os meses de junho e julho foram confirmados dois casos de gripe A em Blumenau. Embora os números sejam menores do que os de março (17) e abril (31), a situação ainda é de alerta total para as secretarias municipal e estadual de Saúde. O trabalho é para que a diminuição pontual dos casos não reduza os cuidados da população.

– Como em junho houve poucos dias de frio e um tempo mais seco, houve uma leve queda (nos casos), mas nas últimas semanas o tempo frio, com ambientes fechados, aumentaram muito o risco. Se tivermos tempo chuvoso fica ainda pior. O vírus está circulando em todos os bairros e as pessoas precisam ficar atentas – orienta a gerente da Vigilância Epidemiológica, Ivonete dos Santos.

Os sintomas do H1N1

A orientação para quem tiver sintomas como febre abrupta e alta – acima de 38 °C -, tosse ou desconforto respiratório é procurar atendimento já nas primeiras 24 horas, quando há mais chances de evitar complicações. Os pacientes com casos suspeitos são medicados ao procurar atendimento. O exame para diagnóstico da gripe A, no entanto, só é feito em casos de internação.

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Postos de saúde têm cerca de 1,4 mil vacinas em estoque

Cerca de 1,4 mil vacinas que sobraram do estoque da campanha nacional, encerrada em 24 de junho, foram mantidas nos postos de saúde para atender gestantes que descobriram gravidez recentemente, novos portadores de doenças crônicas e crianças de seis meses a 5 anos que não tomaram a segunda dose. A tendência é de que o alerta em torno da gripe A continue até setembro.

– A medida em que há mudanças climáticas há um incremento grande na procura. Acreditamos que estamos iniciando a fase e que conforme a onda de frio aumentar, a demanda deve ser maior – pontua o pneumologista Mauro Kreibich, do Hospital do Pulmão.

Entidades também lideram campanha contra a pneumonia

O frio e os possíveis quadros graves de vítimas de gripe despertam preocupações também com outras doenças. Em Blumenau, o Hospital do Pulmão iniciou uma campanha para incentivar as pessoas a se vacinarem contra a pneumonia pneumocócica. Segundo o pneumologista da instituição, Mauro Kreibich, a doença é responsável por 1,5 milhão de mortes por ano no mundo e é o segundo mal respiratória mais comum no país. A campanha é liderada pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

– A vacinação é bastante conhecida entre pneumologistas, mas ainda não chega tanto ao grande público. Da mesma forma que a vacina da gripe promove imunidade específica para o vírus Influenza, a da pneumonia evita uma série de quadros graves causados pela bactéria pneumococo, sobretudo nos grupos de risco, que são semelhantes aos da gripe – explica Kreibich.

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