“Inventamos uma montanha de consumo supérfluo. Vivemos comprando e descartando. E o que estamos gastando é o tempo de vida. Porque quando eu compro algo, ou você compra, não pagamos com dinheiro, pagamos com o tempo de vida que tivemos que gastar para ter esse dinheiro, mas com essa diferença: a única coisa que não se pode comprar é a vida. A vida se gasta. E é miserável gastar a vida para perder liberdade”. Escolhi essas sábias palavras deste camponês e ex-presidente do Uruguai, José Mujica, para refletirmos no nosso primeiro artigo do ano.
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Por que será que vivemos esse círculo vicioso de trabalhar para consumir e consumir para trabalhar? De onde vem essa vontade desenfreada de colecionar relógios caros (que ficam na gaveta e são raramente usados), comprar roupas e mais roupas, carros, joias, coisas? Quando perdemos alguém que amamos ou admiramos ou quando a saudade sufoca nossos corações, não tem relógio, nem roupa, nem joia e nenhum carro no mundo que possa nos consolar e nos abraçar.
Não sou contra o consumo, sou contra o seu excesso. O consumo exagerado que faz a gente gastar todo o tempo de vida que levamos para ganhar o dinheiro. Passamos a vida com uma fome de consumo desenfreada. Nos tornamos verdadeiros obesos de bens materiais e assim temos que bancar tudo aquilo que adquirimos. Muitas vezes precisamos de uma casa maior do que necessitamos para poder ter espaço para guardar tantas roupas, móveis, tralhas e mais tralhas, uma infraestrutura exagerada e desnecessária.
Os anos passam e se contabilizarmos o tempo de vida que gastamos para adquirir tudo o que compramos, percebemos que é um tempo enorme. E o tempo não se compra de volta. Claro que temos que trabalhar para termos uma casa para morar, transporte, alimentação, estudo etc mas se consumirmos de uma forma consciente e racional, veremos que podemos gastar menos vida com a aquisição de coisas e mais vida curtindo momentos agradáveis.
Como é bom trabalhar e poder oferecer um almoço, um jantar para a família e amigos, como é bom proporcionar um lazer, uma viagem para nós mesmos ou para quem amamos. É o tipo de gasto que a vida da gente gosta!
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Em 2018, vamos gastar vida com a gente mesmo! Vamos investir no nosso futuro e começar a planejar a nossa velhice. Abrir mão no presente de supérfluos para ter dinheiro no futuro, quando nossa energia para trabalhar estiver menor. Vamos gastar vida para sermos livres e não depender financeiramente de ninguém.
Depois desses últimos anos sofridos por uma crise econômica que parecia não ter fim, esse ano novo nasce com ares de esperança! De retorno aos níveis de emprego decentes, de inflação e juros mais baixos. Vamos então aproveitar para investir na vida da gente! Que todos nós gastemos melhor as nossas vidas! Seja bem-vindo 2018!
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