Tempestades, alagamentos, raios e explosões. Os últimos dias foram marcados por fenômenos climáticos intensos em Santa Catarina. As fortes chuvas que atingiram o Estado causaram um rastro de destruição em dezenas de cidades, que ainda contabilizam os prejuízos. Especialistas apontam que o calor, alinhado com a umidade do ar, pode ter ligação com a atual condição climática.
Continua depois da publicidade
Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
Entre o fenômeno mais recente está a microexplosão que atingiu Gaspar, no Vale do Itajaí, nesta segunda-feira (23). Conforme a Defesa Civil, o caso ocorre quando uma nuvem de tempestade não consegue suportar o volume de água no interior, o que faz com que ela caia de uma vez, causando uma forte corrente de vento para baixo. Por conta da situação, o município registrou ao menos 23 destelhamentos, além de queda de árvores.
Em Chapecó, no Oeste, fortes rajadas de vento também causaram estragos. A queda da tela de proteção de uma obra em cima de fios de energia gerou uma explosão no bairro Maria Goretti. Já no Centro, o desabamento de uma construção em um Centro Religioso terminou com a morte de uma pessoa. Técnicos avaliam as imagens para entender o que causou a chuva intensa.
Professora é vítima de desabamento em centro religioso de Chapecó: “Coração enorme”
Continua depois da publicidade
De acordo com o diretor de Gestão de Desastres da Defesa Civil de Santa Catarina, coronel César de Assumpção Nunes, o fato dos dias estarem mais quentes, alinhado à umidade na atmosfera, contribui para que as tempestades fiquem mais severas.
— De janeiro a abril. são períodos bem peculiares, onde ocorrem as chuvas de verão, por conta da umidade e do calor. Por isso, quanto mais quente estiver e mais umidade, essas nuvens são alimentadas, o que causa essa chuva carregada. Além disso, elas são potencializadas pela umidade que vem da Amazônia, na região Oeste, e do mar, no Leste, que também gera esse ciclo — pontua.
Ele explica que o ciclo de desastres é observado pela Defesa Civil desde junho do ano passado e a previsão é de que eles continuem nos próximos meses, de maneira frequente e intensa.
— Nós estamos estudando e analisando a intensidade e a frequência para quantificar esses fenômenos e, assim, informar melhor, para aprimorar a prevenção — explica.
Continua depois da publicidade
Cuidados devem ser redobrados
Mas não são só danos materiais que a chuva tem trazido ao Estado. Segundo a Defesa Civil, desde o início de 2023, seis pessoas morreram devido às condições climáticas. Em Rodeio, por exemplo, cinco pessoas morreram após o temporal que atingiu o município em 17 de janeiro.
— A orientação é de que a pessoa evite qualquer tipo de aventura. Se encontrar uma condição de tempo fechado, com chuva, se proteja. Se estiver na beira da praia, recolha os materiais, porque isso certamente pode produzir uma descarga atmosférica — orienta o Coronel César de Assumpção Nunes.
Confira de dicas de como se proteger:
Alagamentos e inundações
- Evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados;
- Evite transitar em pontilhões e pontes submersas;
- Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.
Tempestades com ventos fortes e raios
- Busque um local abrigado, longe de árvores, placas, postes de energia e de outros objetos que possam ser arremessados;
- Em local abrigado, fique longe das janelas, desligue os aparelhos eletrônicos e lembre-se, o banheiro em alvenaria é um local muito seguro;
- Na praia, jamais fique na água.
Continua depois da publicidade
Qual é a diferença entre enchente, inundação e enxurrada?
Leia também:
Desabamento mata uma pessoa e deixa 10 feridos em centro religioso de SC
Terça-feira será ensolarada e com calor de mais de 35ºC em SC