O Serviço Meteorológico dos Estados Unidos advertiu, nesta quinta-feira (22), sobre uma tempestade de inverno “única em uma geração” e que ameaça causar estragos nos planos de viagem de milhões de americanos neste Natal.

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As companhias aéreas disseram aos viajantes que se preparem para atrasos e cancelamentos, depois que uma frente fria do Ártico atingiu o centro do país na quarta-feira (21). Espera-se que cruze o Meio-Oeste e siga em direção à Costa Leste amanhã.

Em seu boletim, o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS, sigla em inglês) alertou que a tempestade “terá impactos generalizados e potencialmente devastadores no centro e no leste” do país. “Frio recorde e ventos gelados que ameaçam a vida nas Grandes Planícies vão se espalhar pela metade leste do país na sexta-feira”, informou o boletim.

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Também alertou para o vento frio com temperaturas de até -40°C em algumas áreas e pediu precauções. Em alguns lugares, os termômetros podem cair até -56°C.

“Ventos frios dessa magnitude podem causar congelamento em menos de 5 minutos se não forem tomadas precauções”, enquanto “hipotermia e morte também são possíveis, devido à exposição prolongada ao frio”, completou.

O NWS indicou que fortes rajadas e fortes nevascas podem causar sérios danos à infraestrutura e atrapalhar as viagens aéreas e rodoviárias.

O alerta coincide com relatórios da Administração de Segurança de Transporte de que o volume de viagens nessas datas está próximo dos níveis pré-pandêmicos, com o maior movimento na quinta-feira.

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A Associação Automobilística Americana (AAA, na sigla em inglês) estimou que mais de 112 milhões de pessoas percorrerão mais de 80 km entre esta sexta-feira (23) e 2 de janeiro, a grande maioria de carro.

“Ciclone-bomba”

As rajadas de vento podem chegar a 80 km/h, possivelmente provocando quedas de árvores e cortes de energia. Os meteorologistas da AccuWeather disseram que a tempestade pode se transformar rapidamente no que é conhecido como “ciclone-bomba”, que ocorre quando a pressão cai, e uma massa de ar frio colide com uma massa de ar quente.

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A Administração Federal de Aviação alertou que ventos fortes e nevascas podem atrasar voos em Minneapolis-St. Paul, Chicago e Denver. Em Denver, a temperatura deve cair dos 10°C, registrados na quarta-feira, para -26°C nesta quinta-feira. As autoridades da capital do Colorado abriram o Coliseu de Denver como um centro de aquecimento de emergência.

O NWS em Buffalo, Nova York, chamou de “tempestade única em uma geração”, com rajadas de vento de mais de 105 km/h, ventos frios de 6°C a 12°C abaixo de zero e interrupções de energia dispersas, ou possivelmente generalizadas.

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Voos natalinos são cancelados

Mais de 1.800 voos foram cancelados nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (22), devido à tempestade de inverno. Ao menos cinco estados (Kentucky, Missouri, Oklahoma, Geórgia e Carolina do Norte) já implementaram planos de emergência e é provável que outros façam o mesmo.

“Isto não é como um dia de neve quando você era criança”, disse o presidente Joe Biden aos jornalistas, em uma reunião informativa na Casa Branca sobre a situação do clima e do transporte. “Isto é algo sério”, acrescentou, instando as pessoas a estarem atentas às advertências das autoridades locais.

“Isto é algo sério”, disse o presidente Joe Biden (Foto: AFP)

Em algumas partes do país, atingidas por uma perigosa frente fria do Ártico, já havia registro de nevascas que impedem a visibilidade e tornam perigosas as condições nas estradas.

O meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês) Michael Charnick publicou um vídeo no Twitter no qual é possível observar motoristas lutando contra o tempo ruim em uma estrada entre Colorado e Wyoming, onde a temperatura com ventos gelados despencou para -40°C.

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O NWS emitiu mensagens de advertência no Twitter, afirmando que rajadas de neve já estavam ocorrendo ou eram esperadas das planícies centrais até a costas leste e nordeste do país.

Do outro lado da fronteira, o leste do Canadá se preparava para condições similares, com fortes nevascas e temperaturas em rápido declínio. O aeroporto de Toronto, o mais movimentado do país, já sentia a crise do caos climático, com atrasos e cancelamentos.

Até agora, a maioria dos cancelamentos de voos nos Estados Unidos ocorreu em Chicago O’Hare e em Denver, dois terminais internacionais. As companhias American Airlines, Southwest Airlines e United Airlines já haviam tomado medidas para emitir isenções e permitir aos passageiros mudar seus voos sem custos adicionais.

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