O papa Francisco movimentou a região central do Rio na manhã deste sábado, quando rezou missa na catedral da cidade, junto aos arcos da Lapa. A missa era exclusiva para cardeais, bispos, padres e religiosos, mas muitas pessoas se aglomeraram diante do templo na esperança de ver o pontífice. Não se decepcionaram.

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Apesar da chuva, Francisco fez um demorado trajeto de papamóvel pela Avenida Almirante Barroso, indo e voltando pela via, que passa diante da catedral. Parou o veículo várias vezes para cumprimentar de perto os fiéis e abençoar objetos estendidos a ele. Causou comoção.

– I just saw the pope! Yes! I just saw the pope! (Acabei de ver o papa! Acabei de ver o papa) – berrava, aos saltos, um norte-americano.

A paraense Gabriele Cravo, 21 anos, conseguiu estender uma foto da mãe para o pontífice, no momento em que ele distribuía bênçãos em sua direção. Depois, ligou a Bélem para contar a novidade, às lágrimas:

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– Nesta semana, minha mãe descobriu que está com câncer de útero. Foi muita, muita emoção conseguir essa bênção – disse.

Apesar de a missa ser só para religiosos, que formaram uma longa fila sob chuva para entrar na catedral, muitos tiveram de ficar de fora, porque o templo comporta apenas 5 mil pessoas. A freira chilena Andrea Valdez Oyarce, 37 anos, não se importou com a exclusão. Ela conta que enfrentou uma viagem de ônibus de cinco dias desde o sul do Chile e ainda não tinha chegado perto do papa. Na manhã deste sábado, ele parou diante dela duas vezes, a dois metros de distância.

– Enfrentei muitos obstáculos e só queria uma bênção. O que eu recebi aqui foi um presente de Deus – comemorou a freira, que neste domingo embarca feliz para mais cinco dias de estrada.

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Animadas com o hábito do papa de interromper percurso beijar crianças, muitas mães levaram os filhos para a frente da catedral. A bancária Roberta do Amaral Pinheiro, 29 anos, acordou os filhos Lucas, quatro anos, e Paula, 11 anos, às 4h para a viagem de trem entre o bairro do Campo Grande e o Centro. Chegou às 6h e se posicionou na frente da catedral. Nas duas noites anteriores, havia treinado o fillho, para o caso de ele ser levado aos braços do papa.

– Iê, iê, iê, papa Francisco, eu te amo – demonstrava o menino.

Durante a semana, Roberta aproveitou o horário do almoço para ir todos os dias à catedral. Ela conta que foi alvo da zombaria de das colegas de trabalho:

– Eles dizem que o papa é um homem como qualquer outro. Sei disso, mas ele é o escolhido de Deus.

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Francisco não beijou todas as crianças, mas muitas foram contempladas. A primeira delas foi Andrew Loureiro, três anos. Quando o pontífice passou, a mãe do menino, Lucimare Loureiro, 44 anos, gritou:

– Papa! Papa!

Francisco a viu e pediu que lhe trouxessem o menino, que depois era tratado como uma relíquia pelos populares.

Na celebração, o Papa lembrou da importância de trazer os jovens para a igreja:

– Temos que buscar nas ruas e encontrar jovens para a igreja – disse Francisco.

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