Enquanto aguarda o comunicado oficial sobre o parecer da Procuradoria Geral da República que torna possível a transferência da gestão do Teatro Álvaro de Carvalho para dar início à discussão técnica do assunto, o Sesc SC adianta informações sobre a futura parceria e confirma que há interesse em assumir o TAC pelos próximos anos.
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Confira entrevista com o Diretor Regional do Sesc em Santa Catarina, Roberto Anastácio Martins, concedida por e-mail.
O Sesc SC tem efetivamente o interesse de fazer uma parceria para administrar o TAC?
Roberto Anastácio Martins – Sim, temos interesse nessa parceria público-privada, uma vez que o patrimônio permanece público, mas o espaço fica sob a gestão privada por determinado tempo. Dessa forma, é possível revitalizar e manter o espaço, dinamizando e oferecendo programações acessíveis à população.
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A iniciativa da negociação partiu do Sesc?
Martins – A formalização do pedido partiu do Sesc, havendo um interesse mútuo de que o Teatro Álvaro de Carvalho fosse preservado e mantivesse programação regular, de qualidade e acessível.
Qual a motivação do interesse?
Martins – O Teatro Álvaro de Carvalho é uma edificação de importância histórica e arquitetônica para Santa Catarina. O interesse do Sesc em administrar esse espaço vem da preocupação da instituição em relação à preservação do patrimônio, bem como de seu compromisso em manter uma agenda cultural regular, de qualidade e acessível à população catarinense.
O interesse está relacionado à capacidade de público reduzida do teatro do Sesc Prainha hoje?
Martins – O Teatro do Sesc Prainha figura como um dos únicos espaços culturais com programação diária de espetáculos em Florianópolis, recebendo grande número de artistas catarinenses e também circuitos de espetáculos nacionais. É um teatro de 80 lugares, com grande procura e um reconhecimento do público e dos artistas. O fato de ter capacidade de público reduzida não é a maior motivação do Sesc em gerir o TAC. Entretanto, é notório que poderemos ampliar o acesso da população às programações do Sesc, aumentando não apenas a capacidade de público, mas a possibilidade de receber espetáculos de maior porte. O Teatro Sesc Prainha continuará em funcionamento, atendendo a espetáculos que necessitem de espaços não convencionais, além de poder abrigar oficinas, seminários e programação regular de cinema.
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Há outros casos de teatros públicos administrados pelo Sesc no Brasil?
Martins – O exemplo mais próximo que temos é o do Paço da Liberdade, em Curitiba, espaço cedido em 2009 pelo município em comodato para o Sesc por um período de 20 anos, com possibilidade de renovação. O Sistema Fecomércio no Paraná restaurou e devolveu à população esse espaço histórico, que estava fechado há cinco anos, resgatando o patrimônio e o mantendo ativo, com a realização de várias ações culturais e programação intensa.
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