O dono no barco Vô João G. que naufragou no madrugada desta quarta-feira em São Francisco do Sul, Norte de SC, está acompanhando o resgate aos náufragos desde cedo. No meio da tarde, após os 12 sobreviventes serem liberados, Rainer Gonçalves conversou com a equipe de reportagem do jornal A Notícia.

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A embarcação, de propriedade da empresa J. Gonçalves, é uma traineira para a pesca de tainha e foi construída em 1995. Tinha 28 metros de comprimento e 6,8 metros de largura.

As buscas aos cinco desaparecidos continua. Um helicóptero já encontrou os destroços e, segundo Rainer, há equipes recolhendo o material achado. Quatro mergulhadores, além dos bombeiros de Florianópolis, de Barra Velha, de São Francisco do Sul e de Barra do Sul, além de equipe Capitania dos Portos, trabalham nas buscas. Segundo ele, os desaparecidos são de Laguna (três), além de um de Imbituba e um de Itajaí.

O acidente ocorreu a quatro milhas náuticas das Ilhas Tamboretes, aproximadamente 8 quilômetros. A informação chegou à Capitania às 8 horas. Rainer disse que o barco vinha de Itajaí e, quando eles chegaram na região de São Francisco, começou uma trovoada e o vento ficou mais forte. E uma onda veio e virou o barco.

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– Foi um mar perdido. Uma onda só virou o barco.

Confira a entrevista completa:

A Notícia: O aconteceu com o barco?

Rainer Gonçalves: O barco saiu por volta das 8h30 da noite de Itajaí, com destino ao litoral de Santos, em São Paulo. Tem oito reservatórios de água e um pouquinho de diesel. Estava todo certinho. O vento estava fraco. Dava para viajar bem e eles vieram viajando. Quando chegou aqui pela região de São Francisco, deu uma trovoada, uma tempestade, e o vento ficou mais forte. Ele iria para a Ilha da Paz, para ancorar. Mas uma onda virou o barco. Os 17 tripulantes tentaram sair. Mas só 12 conseguiram.

O que você já sabe sobre o acidente?

O acidente ocorreu a meia-noite e meia. Ficaram quatro tripulantes no leme, cuidando da aparelhagem eletrônica do barco, do rumo do barco. E, de uma hora para a outra, foi o que ocorreu. Todas as saídas de emergência funcionaram, o pessoal conseguiu sair do barco. Mas à noite, no escuro, tinha muito vento. A gente não consegue precisar o que ocorreu com os outros cinco. Há muito material do barco que flutua. Então, a gente não sabe precisar o que houve.

Como estão sendo feitas as buscas?

Há muitas informações desencontradas. Estamos com cinco barcos de amigos nossos, ajudando nas buscas no local do acidente. O pessoal está recolhendo o material do barco que vai flutuando, as redes. Também contratamos uma empresa particular de resgate.

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Eles podem ter ficado presos dentro do barco?

É uma hipótese. A gente não sabe precisar. Tem que dar um tempo. Está todo mundo correndo atrás. Queremos encontrar o pessoal com vida. A nossa esperança é essa.

O mestre do barco contou o que houve no momento do acidente?

Sim. Havia quatro pessoas cuidando do leme. Mais ou menos meia hora antes do acidente ele saiu do comando e foi descansar. Dai ele só sentiu o barco adernando. Não tinha vento forte. Foi um mar perdido que veio. Estava tranquila a navegação. Estava tudo certo. Veio uma onda muito grande e o mar engrossou. E, de uma hora para outra, o barco naufragou.

Como a empresa vai agir a partir de agora?

A assistência às famílias é prioridade total. Vou ficar aqui para atender as famílias. Vamos atender as famílias no que elas precisarem.

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