O presidente interino, Michel Temer, foi “pego de surpresa” com a renúncia de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, segundo o líder do governo na Casa, deputado André Moura.
Continua depois da publicidade
— Eu fui pego de surpresa, ele disse que não sabia, fomos pegos de surpresa — disse o líder, após se reunir com o presidente, na tarde desta quinta-feira, no Planalto.
Leia mais
Carolina Bahia: a última cartada de Cunha no desespero de salvar mandato
Petrobras diz ao STF que Cunha “enriqueceu ilegalmente”
Continua depois da publicidade
Saiba quais são as acusações que pesam contra Eduardo Cunha
Segundo Moura, a orientação de Temer é que o governo não deve se envolver diretamente na questão da sucessão de Cunha.
— É um processo do legislativo, não haverá participação do governo no processo sucessório — disse o líder do governo.
Cunha chora e diz que ‘sofre perseguições’
Interlocutores do presidente afirmam que Temer continua defendendo que o ideal seria uma candidatura única que pudesse unificar a base.
— Precisamos ver como será esse processo de transição, se será pacífico, rápido ou não — disse uma fonte.
Continua depois da publicidade
O desejo de Temer, entretanto, é que a crise Cunha seja resolvida o quanto antes para que o governo consiga tocar a sua agenda no Congresso.
Moura afirmou que há, hoje, pelo menos dez nomes cotados para a vaga de Cunha, mas reforçou que a recomendação de Temer é “deixar que a base se entenda”.
— É óbvio que o ideal é um candidato de consenso, é pra isso que todos nós trabalhamos, mas está cedo para dizer e o presidente não quer se meter. E a orientação é que, enquanto líder do governo, eu também não me envolva — disse.
Questionado se a predileção de Cunha por Rogério Rosso para sucedê-lo ajudava ou atrapalhava o nome dele, Moura disse apenas que Rosso “é um candidato competitivo, tem uma boa situação na Casa, assim como os outros”, disse, citando os deputados Beto Mansur (PRB-SP) e Fernando Giacobo (PR-RR).
Continua depois da publicidade
Para tentar agilizar o processo de sucessão, Moura afirmou que deve se reunir ainda hoje com a base para dar quórum e conseguir começar a contagem das sessões, já que são necessárias cinco datas para a escolha do novo presidente.
Eduardo Cunha renuncia
*Estadão Conteúdo