O presidente Michel Temer foi hostilizado em passagem pela região onde prédio de mais de 20 andares desabou durante um incêndio, no centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira (1º). Temer disse poucas palavras à imprensa e deixou o local sob gritos de repúdio da população. Pessoas jogaram objetos em sua direção e chegaram a chutar o carro em que o presidente estava.

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Temer estava em sua residência pessoal em São Paulo para passar o feriado do Dia do Trabalho e disse que não poderia deixar de ir ao local do desabamento:

— Eu não poderia deixar de vir aqui, sem embargo dessas manifestações, porque, afinal, eu estava em São Paulo, e ficaria muito mal eu não comparecer aqui para dar apoio aqueles que perderam suas casas.

Ele ainda confirmou que o edifício pertencia ao governo federal, tendo sido sede da Polícia Federal.

— O prédio era da União, e nós não pudemos pedir a reintegração, porque, afinal, gente muito pobre, naturalmente, uma situação um pouco difícil. Mas agora serão tomadas providências para dar assistência — disse Temer.

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Houve confusão quando os moradores viram Temer no local. Enquanto ele dava entrevista, começaram os gritos de “golpista”. Em seguida, Temer foi em direção ao carro, que também foi alvo dos manifestantes.

Dezenas de pessoas, entre imigrantes e brasileiros, viviam irregularmente no prédio de mais de 20 andares que desabou na madrugada desta terça-feira (1º). Segundo a prefeitura, 150 famílias estavam cadastradas junto à Secretaria da Habitação, sendo que 25% eram estrangeiros.

Ao menos três pessoas estão desaparecidas, mas o número pode aumentar. Mais cedo, o Corpo de Bombeiros informou a morte de um morador, porque ele caiu enquanto estava sendo resgatado, mas a vítima ainda não foi encontrada.