O presidente interino Michel Temer afirmou que ocupar o cargo “é quase uma provação”, mas destacou que vai conseguir atravessar esse período.
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— É quase uma provação, mas é uma provação com bons objetivos. Vou atravessar esse período da provação, tenho absoluta certeza — disse, em entrevista ao Jornal do SBT.
Questionado sobre a composição de seu governo e se garante que mais ministros serão demitidos se forem envolvidos em esquemas de corrupção, Temer disse que já há jurisprudência de sua parte em relação a isso.
— Se houver incriminação, o próprio ministro tomara a providência (de sair) — disse. — Há uma jurisprudência firmada na minha administração.
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Temer — que teve duas baixas em seu governo, com a queda de Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência) —, rechaçou as críticas de que demorou para tomar decisão de afastar flagrados em conversas com o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, supostamente tentando interferir na Operação Lava-Jato.
— O fato aconteceu as 11 horas e no dia seguinte o ministro saiu. Como demorou? Não existe isso — afirmou, citando o caso de Silveira, revelado no último domingo pelo Fantástico, da Rede Globo.
Em relação a recuos de seu governo, como a recriação do Ministério da Cultura após protestos, Temer disse que “só os autoritários não recuam”. Apesar disso, ele salientou que neste caso há um caráter político nos protestos.
— Tanto que eu recuperei o ministério e os prédios continuam ocupados 1 afirmou.
Carta
O presidente interino lembrou o episódio da carta que enviou a então presidente Dilma Rousseff, em que ele reclamava de ser um “vice decorativo”. Segundo ele, houve ingenuidade de sua parte em escrever as críticas a presidente e que ele deveria ter conversado para evitar o vazamento.
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— Mandei uma carta de natureza muito pessoal, registrei que era confidencial. Quando cheguei em Brasília a carta já tinha sido divulgada — disse.
Temer afirmou que não acredita que foi Dilma quem vazou a carta e disse que não seria nem possível que fosse ele o responsável pela divulgação.
— É um assunto superado. Não me arrependo, critico minha ingenuidade de ter escrito. Devia ter verbalizado.
Temer citou ainda sua passagem pela articulação política do governo Dilma, salientou que o PMDB não participava da formulação das políticas públicas e havia dificuldade de relação entre executivo e legislativo. Segundo ele, compromissos de natureza governamental não foram cumpridos.
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— Me afastei para não gastar todo o potencial político e a credibilidade política que eu tinha junto ao parlamento — afirmou.