Preços acima do normal, filas e muita espera foram algumas das situações provocadas pela corrida dos motoristas de Joinville aos postos de combustível nesta segunda após a notícia de que caminhoneiros da região Norte de Santa Catarina aderiram à paralisação nacional.

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A busca por garantir o tanque cheio é um reflexo da última greve da categoria, quando o combustível não chegou na cidade durante quase uma semana e postos tiveram de fechar as portas.

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Durante toda a manhã e parte da tarde, grande parte dos postos de combustíveis de Joinville registrou longas filas. Alguns locais, inclusive, tiveram de interromper o abastecimento durante a tarde porque os tanques ficaram vazios com o aumento repentino do movimento.

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No bairro Anita Garibaldi, um estabelecimento com a bandeira BR, o abastecimento ficou comprometido entre as 12 e 14h horas, porque foi necessário aguardar a chegada do caminhão-tanque com gasolina.

– Quando chegou, reabrimos e em questão de duas horas já constatamos que o estoque estava acabando novamente. É muita gente tentando se prevenir. Acho que a maioria dos postos está surpresa com a demanda – explicou Argino Freitas, um dos responsáveis pela unidade.

No bairro Floresta, outro posto da marca BR também exigiu paciência de quem escolheu abastecer e garantir o tanque cheio para a semana. De acordo com Maurício Asquel, proprietário do local, em menos de três horas os clientes consumiram o que estava previsto para todo o dia, exigindo um pedido de emergência de reabastecimento da unidade.

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– Algumas pessoas estão chegando aqui e dizendo que já cruzaram com postos onde o combustível acabou. Em outros casos, até tinha gasolina, mas estavam cobrando R$ 4 por litro – explicou Asquel.

Esta é a terceira manifestação dos caminhoneiros neste ano em Santa Catarina. Em fevereiro, a paralisação seguiu por um mês e trouxe transtornos como desabastecimento de combustível e perdas significativas para o setor produtivo no Oeste do Estado. Em março, uma outra movimentação, mas com escala bem menor, foi iniciado e terminou em poucos dias.

– Sinceramente, eu não acredito que a greve dos caminhoneiros vá ganhar a mesma proporção da que ocorreu no início do ano. Mas eu dependo do carro para trabalhar. Se você olhar as filas dos postos, a maioria é de carros de empresas, que não podem ficar parados, mais vale garantir – justificou o motorista Kleber Dias, que só encontrou combustível depois de passar por dois estabelecimentos.

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De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados Petróleo (Sindipetro), a falta de combustível é consequência da grande movimentação de motoristas nos postos. De acordo com relatórios nacionais, as refinarias continuam enviando o combustível normalmente, por isso é pouco provável que a escassez seja resultado do bloqueio nas estradas.

– Os postos têm um limite de estocagem. Quando ocorre um salto grande assim, é natural que os proprietários sejam pegos de surpresa. É uma situação que evidentemente preocupa por causa dos bloqueios nas estradas – afirmou o presidente do Sindipetro, Reinaldo Francisco Geraldi.

Segundo ele, a corrida aos postos também ocorreu em Jaraguá do Sul, onde os combustíveis estão chegando mesmo com a greve dos caminhoneiros.

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Confira o mapa de interdições nas estradas de SC