Conivência do poder público na época deverá ser uma das conclusões da CPI dos Táxis em Florianópolis. É o que deu a entender o vereador Guilherme Pereira (PSD), que preside a comissão, ao se manifestar sobre o depoimento do empresário Isaías Gomes dos Santos, nesta sexta-feira, na Câmara.
Continua depois da publicidade
Após a audiência de duas horas com Isaías, Gui Pereira abordou o tema conivência quando indagado pelos jornalistas sobre os pontos que o empresário havia contribuído.
A previsão da CPI é que o relatório final saía na próxima semana. Os vereadores não descartam chamar Isaías novamente antes da conclusão.
Confira os principais trechos da entrevista do vereador Guilherme Pereira concedida a jornalistas:
Continua depois da publicidade
DC – O que ele falou de mais importante, citou nomes de outros permissionários que teriam placas em uso na cidade?
Guilherme Pereira – O que a gente fez foi agradecer ao Isaías, que nos surpreendeu, que estava com habeas corpus e não precisava responder nada, contribuiu muito a nossa CPI. Não delatou ninguém. Mas usou muito o sistema que já vem há muito tempo, o sistema lei. Ele se ampara pela lei. Ele diz que só teve uma placa de táxi, que foi transferida em 2005 e foi tudo feito pela lei, no Pró-Cidadão, pagou duas mil Ufirs e o secretário transferiu a placa dele, a da mulher dele. Disse que tem uma oficina de táxis na qual atende a vários taxistas. Depois, numa reunião interna nossa de membros da CPI pensamos até na possibilidade de chamar ele novamente, com mais tempo. Até, hoje, a gente deu uma aliviada porque é o aniversário dele e tem mais outras pessoas para depor depois e tentar extrair mais informações.
DC – Foi esclarecedor o depoimento dele?
Guilherme – Muito. Algumas perguntas ele não respondeu, mas ajudou muito, atendeu ao pedido de todos os vereadores.
Continua depois da publicidade
DC – O que ele ajudou e contribuiu afinal?
Guilherme – Ele contribuiu em falar sobre o sistema, que a lei permite fazer o que ele fez, a transferência que foi feita. Eu acho que tem muita conivência do poder público, mas é muito cedo para mim esclarecer muita coisa. Isso vai vir muito no relatório também.
DC – Ele revelou se tinha autorização de alguma autoridade na época para ter essas placas?
Guilherme – A autorização foi concedida pelo secretário de Transportes na época, na qual lhe permitiu a transferência.
DC – Os contratos de gavetas, chegaram a apresentar a ele e confirmou?
Guilherme – Foi questionado. Não me recordo, mas falou que isso está tudo na esfera administrativa.
Continua depois da publicidade
DC – Sobre esses cheques de alto valor apreendidos na casa dele (R$ 500 mil), qual a versão dele?
Guilherme – A gente não entrou muito nessa esfera, entramos mais na questão do táxi, mas ele respondeu que isso eram negócios particulares dele, que tem 100% disso na declaração de imposto de renda e que está tudo declarado.
DC – Em relação à conclusão da CPI, vocês já têm indícios para pedir a cassação dessas placas? Qual a conclusão até agora?
Continua depois da publicidade
Guilherme – A gente tem mais alguns depoentes agora à tarde, até alguns familiares do senhor Isaías, mas que também estão com habeas corpus e não sabemos se vão responder as perguntas. A CPI vai ter reunião na segunda-feira. Vamos delinear o nosso trabalho ou chamar o Isaías de novo ou fazer o relatório final e chamar toda a imprensa.