Não parece, mas a televisão já é uma octogenária. Embora tenha chegado ao Brasil somente em 1950, o veículo de comunicação nasceu em 1926, depois de experimentos realizados na Inglaterra, no Japão e nos Estados Unidos. Agora, em sua oitava década de vida, a TV mostra ao mundo uma nova revolução, provando que, de velhinha, não tem nada.

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Ao contrário do que costuma se esperar de alguém com idade tão avançada, essa respeitável senhora se mostra a cada dia mais antenada. Em excelente forma – mais fina a cada nova geração -, integra-se celeremente à convergência das mídias, agora não mais uma mera projeção futurista, mas uma realidade palpável.

Se você usa o controle remoto apenas para mudar de canal ou ajustar o volume, saiba que está prestes a ficar obsoleto – muito mais do que a idosa que repousa na sua sala de estar. Em tempos de internet, a televisão tende a servir, de forma crescente, a novas utilizações.

– As TVs terão usos cada vez mais variados, como acesso à web e às redes sociais, por meio de modelos smart, aplicativos ou plataformas das operadoras – afirma Herve Muyal, sócio-diretor da consultoria IBC Media Systems.

A convergência já corre a passos largos. Espécies de smartphones gigantes, as smart TVs transportam para a tela diversos tipos de conteúdos, de games e vídeos, passando por canais de compras e entretenimento. Somente em 2011, foram vendidos no Brasil 2,8 milhões de aparelhos desse tipo. Neste ano, projeta-se que pelo menos 5,2 milhões (35% da produção nacional) sejam negociados até dezembro.

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Em um universo interminável de siglas, que designam tecnologias, formatos e tipos de aparelhos, duas se destacarão no ambiente alfanumérico nos próximos anos: a “4K”, a nova geração de aparelhos de ultra high definition, e a já conhecida “3D”, que dá nome aos televisores com imagens tridimensionais.

– Em termos tecnológicos, as TVs 3D devem ganhar espaço, uma vez que os preços vão cair mais e serão criados novos modelos – prevê Muyal.

O fim do tubo

No ano passado, nove a cada 10 lares brasileiros (96,9%) contavam com televisores, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). A tela mágica está presente em mais lares do que a geladeira (95,8%), o rádio (83,4%) e as máquinas de lavar roupa (51%), perdendo apenas para o fogão (98,6%).

Com o crescimento na renda da população, a tendência é que o número de casas sem TV continue caindo. Conforme a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), as vendas de televisores crescerão cerca de 6% neste ano, na comparação com 2011.

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Mas a GfK Custom Research Brasil aposta em números ainda mais positivos. Conforme a consultoria, de janeiro a setembro, o mercado nacional de TVs expandiu-se 28,3% em unidades, em relação com o mesmo período de 2011.

O crescimento do mercado deve resultar em outro fenômeno: a substituição das velhas TVs de tubo, presentes em 95% dos lares onde há televisores, por aparelhos mais modernos, leves, finos e econômicos. Segundo a GfK, as vendas de aparelhos com a antiga tecnologia CRT caíram 57% no segundo trimestre, na comparação com o ano passado.

– Não há como o tubo renascer – diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros.

De olho na fatia da população que pretende abrir mais espaço em casa, as indústrias preparam linhas mais econômicas, os chamados modelos “de entrada”, visando a facilitar a vida de quem pretende tirar o velho elefante branco da sala.

– Ainda há espaço para venda desses modelos entre pessoas que querem trocar suas TVs de tubo – diz Alessandra Aguiar, gerente de marketing da Philips.

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Full HD já é passado

Se o assunto é tecnologia, tamanho não costuma ser documento. O universo dos televisores, porém, é um dos nichos onde essa lógica pode ser subvertida. Nele, as grandes inovações costumam ser agregadas aos modelos de maior porte.

Dois exemplos reforçam a tese: primeiros modelos lançados no país com a tecnologia 4K – a chamada de ultra HD -, os novos televisores da LG e da Sony têm a mesma dimensão (84 polegadas), com telas que equivalem às de quatro aparelhos de 42 polegadas interligados. Mas, mesmo em aparelhos que chamam a atenção pelo porte, o grande destaque não está no tamanho das telas, mas no prazer que proporcionam: se as TVs de full HD já impressionam pela excelente imagem, os modelos 4K – com definição quatro vezes maior – prometem mudar o conceito de TV.

Lançada pela LG na semana passada, a 84LM9600 desembarca em Porto Alegre no próximo dia 29. O equipamento será vendido na loja da empresa, a um preço sugerido de R$ 45 mil. A Sony, que anunciou o lançamento da XBR-84X905, oferecerá o produto por encomenda nas lojas Sony Store a partir de dezembro, a um preço aproximado de R$ 100 mil.

Enquanto LG e Sony se digladiam pelo mercado 4K, outros concorrentes lançam mão de itens para atender à demanda por imagem em 3D e conexão à internet. A Philips apresenta a série 7000 de smart TVs. Na Samsung, a novidade é a Slim LED TV ES9000, com tela de 75 polegadas. A Semp Toshiba mostra a Ultra Slim LED TV, de 65 polegadas. E a Panasonic aposta na IPS LED full HD 3D, uma das mais avançadas tecnologias em painéis.

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