Quando alguém tem reclamação, a porta dela é a primeira a ser procurada. Isto em um universo de 496 famílias que dividem espaços em comum. Manter a situação sob controle – ou pelo menos tentar – é a tarefa diária de Jaqueline Fernandes, 37 anos, eleita no último fim de semana a síndica do Residencial Trentino 1, empreendimento do programa Minha Casa, Minha Vida no bairro Boehmerwald, zona Sul de Joinville.
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É o residencial do tipo com mais apartamentos no Estado, construído para reduzir a fila da habitação na cidade. Jaqueline venceu a disputa contra outros três moradores. Apesar de ser oficialmente síndica há poucos dias, ela ocupava o cargo interinamente havia dois meses.
Foi quando a última responsável deixou a função depois que um morador, suspeito de estupro, foi espancado por vizinhos. Este é considerado um episódio isolado, mas Jaqueline não esconde os esforços para melhorar a reputação do condomínio. Casada e mãe de dois filhos, Jaqueline passou a dividir o tempo entre o trabalho como telefonista pela manhã e o Trentino à tarde. Pela função, recebe R$ 1,5 mil mensais.
– Quando a síndica anterior saiu, eu achava que não poderia assumir naquele momento, mas me garantiram apoio. Depois, acabei pegando gosto – conta.
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A lista de providências enumerada por Jaqueline é extensa. Ela diz já ter minimizado a falta de iluminação com a troca de 36 lâmpadas queimadas em áreas de circulação.
– Era uma urgência porque afetava a segurança – reforça.
Outra medida apontada como prioridade é o controle dos portões menores de entrada. Hoje, eles ficam abertos porque os moradores não têm chaves.
– O modelo de cartão magnético será o mais adequado – opina.
A instalação do sistema, aprovado em assembleia, está em fase de orçamento. Os moradores ainda reivindicam bicicletários e mais vagas de estacionamento. Entre os planos da síndica também está a instalação de câmeras de segurança. Para tudo sair do papel, será preciso ter o caixa em dia.
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– Não sei dizer a proporção de moradores inadimplentes, mas há muitos pagamentos pendentes e dependo do dinheiro para as melhorias – justifica.
De condomínio, cada apartamento paga R$ 94,50 (R$ 4,50 são para um fundo de emergência). No pouco tempo como síndica, Jaqueline diz não ter enfrentado resistência.
– O tratamento tem sido tranquilo, mas sempre há quem reclame – comenta.