Confira cinco produtos criados contra o coronavírus, com o objetivo de evitar a proliferação da doença. As invenções vão desde um colar feito pela Nasa até um spray criado aqui em Santa Catarina mais eficaz que o álcool 70%.

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> Mapa do coronavírus: veja a evolução da doença em Santa Catarina

Isso porque a pandemia de coronavírus colocou a comunidade científica em uma corrida para produzir uma vacina capaz de imunizar a população. Mas enquanto ela não fica pronta, diversas tecnologias têm surgido para ajudar a conter a propagação da Covid-19.

Luz ultravioleta

A luz ultravioleta tem sido uma aliada para inativar o coronavírus. A onda eletromagnética pode eliminar até 99% dos microrganismos. Entretanto, embora seja um método de descontaminação, essa eficácia depende de vários fatores que precisam ser controlados, como a potência da lâmpada, a faixa de UV emitida, o tempo de exposição e ainda o tipo de material e a conformação geométrica da superfície. 

— Por isso, para ser aplicada no combate à pandemia, esse método precisa ser bem planejado e aliado a outras formas de descontaminação, que não podem ser desprezadas. Um supermercado, em São Paulo, instalou uma câmara de luz UV para expor as compras dos clientes. Mesmo assim todos os processos de descontaminação manual, como aplicação de álcool 70%, continuam sendo usados. Rodos emissores de ultravioleta também foram doados à Santa Casa de Misericórdia, de São Carlos (SP). Mas, novamente, são usados como sistemas complementares para descontaminação do piso, explica Marcelo Schappo, físico do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).

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CÂMARA DE LUZ ULTRAVIOLETA
Em São Paulo uma rede nacional de supermercados instalou uma tecnologia experimental onde o carrinho com as compras é banhado por luz ultravioleta, também conhecida como “ultravioleta germicida”.
A luz ultravioleta (UV) é uma onda eletromagnética do mesmo tipo que a luz visível (formada pelas cores do arco-íris), porém ela é mais energética. Os olhos humanos não conseguem perceber esse tipo de luz.
São eliminados 99% dos microrganismos, mas somente nas partes que foram adequadamente expostas ao UV.
Produtos passíveis de contaminação
Irradiação por
30 segundos
FATORES QUE INFLUENCIAM:
Para ser aplicada no combate à pandemia, esse método precisa ser bem planejado e aliado a outras formas de descontaminação. A eficácia de luz UV germicida depende do controle de vários fatores:
Potência
da lâmpada
Faixa de
UV emitida
Tempo de exposição
Tipo de material
OUTRAS APLICAÇÕES
A “luz negra” das baladas emite boa parte da sua energia na faixa chamada “UVA”, o segmento menos energético da luz ultravioleta. As roupas claras brilham quando iluminadas por essa fonte devido a um processo chamado fluorescência.
FONTE: MARCELO SCHAPPO, FÍSICO DO IFSC

Termômetro infravermelho

Um dos objetos que passaram a ser mais comuns no dia a dia das pessoas é o termômetro infravermelho. A aferição de temperatura agora é obrigatória em supermercados e lojas em muitas cidades brasileiras e é uma importante tecnologia contra o coronavírus. Ao contrário dos termômetros mais antigos, como os de mercúrio, por exemplo, que precisavam entrar em contato com o corpo, o termômetro infravermelho mede a temperatura a distância. É importante lembrar, entretanto, que o produto ainda não tem regulamentação do INMETRO. O físico do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) Marcelo Schappo, explica que para garantir uma medida confiável, é preciso seguir adequadamente todas as orientações dos fabricantes. 

> Infográfico mostra como o coronavírus age no corpo humano

— Por exemplo, é preciso estar atento à distância correta entre o aparelho e a pele, o ângulo adequado de posicionamento do termômetro, e ainda os limites de operação em relação à umidade e temperatura do ambiente. O INMETRO publicou um guia que ajuda os operadores a estarem atentos a esses fatores.

TERMÔMETRO INFRAVERMELHO
A medição é feita em segundos, a distância, com o aparelho apontado para a testa, minimizando o perigo de contágio.
As pessoas e objetos emitem ondas eletromagnéticas relacionadas à temperatura.
Enquanto uma barra de aço aquecida a 700ºC é capaz de emitir luz visível de coloração avermelhada, uma pessoa a 37ºC só consegue emitir na faixa conhecida por infravermelho, que é invisível ao olho humano, mas captada pelo termômetro.
A luz emitida pelo corpo é recebida pelo sensor e transformada em corrente elétrica, então convertida em dado numérico que é mostrado no visor, ou seja, na temperatura da pessoa.
OUTRAS APLICAÇÕES
A técnica de determinação de temperatura a partir da luz emitida pelos objetos já vem sendo usada em astrofísica há bastante tempo: com base nela, sabemos que as estrelas azuladas são mais quentes que as avermelhadas. O nosso Sol, por exemplo, tem temperatura superficial de cerca de 5.500ºC.
FONTE: MARCELO SCHAPPO, FÍSICO DO IFSC

Tecido capaz de eliminar o coronavírus

A máscara se tornou um item essencial para a proteção contra o coronavírus. Imagine poder utilizar uma máscara que além de proteger ainda é capaz de inativar o vírus? Várias empresas, algumas de Santa Catarina, estão produzindo itens de vestuário para o público em geral com nanopartículas de prata com propriedades antivirais e antibacterianas. Segundo Aline Gevaerd Krelling, professora de Biologia do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), a prata age nas proteínas do vírus que se ligam às células humanas. Ao ser destruído, ele não conseguirá invadi-las.

> Infográfico: conheça a família dos coronavírus

— Podemos pensar que é uma ação semelhante à do sabão, que age dissolvendo esse envelope de gordura e assim eliminando o vírus, o que justifica a recomendação de se lavar a mão com frequência como uma das medidas mais eficazes de combate ao coronavírus, explica Aline. 

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TECIDO ANTIVIRAL
Várias empresas lançaram máscaras e até mesmo camisetas, jalecos e outras peças de roupas com propriedades capazes de inativar o coronavírus.
Os dois processos mais comuns de fabricação são o revestimento por imersão e o método de cura a seco. Ambos incorporam ao tecido nanopartículas de prata.
A prata se liga
ao coronavírus
É uma ação semelhante à do sabão, que age dissolvendo o envelope de gordura e assim eliminando o vírus.
As proteínas do vírus são destruídas, impossibilitando-o de invadir as células humanas.
OUTROS METAIS
Também podem ser utilizados como métodos antibacterianos os metais de transição. Alguns deles, como titânio e cobre também possuem propriedades antivirais, mas ainda sabe-se pouco sobre a ação deles contra o Sars-CoV-2.
22
23
28
29
Ti
V
Ni
Cu
Titânio
Vanádio
Níquel
Cobre
OUTRAS APLICAÇÕES
O espelho é um vidro transparente com uma fina película metálica por trás, onde a prata ainda é muito utilizada.
FONTES: ELDER CORREA LEOPOLDINO, PROFESSOR DE QUÍMICA DO IFSC (JARAGUÁ DO SUL) E DOUTORANDO EM QUÍMICA DA UFSC ALINE GEVAERD KRELLING, PROFESSORA DE BIOLOGIA DO IFSC (JARAGUÁ DO SUL)

Spray mais eficiente que o álcool 70%

Criado pela engenheira química formada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fernanda Checchinato, o antisséptico biocosmético GY em forma de spray é mais eficaz que o álcool 70% e ainda evita danos à pele. O principal destaque é a duração do produto. Ele permanece ativo por até seis horas eliminando vírus e bactérias.

— Outra questão muito importante é a segurança, pois produtos que levam álcool são inflamáveis e sua ingestão representa risco à vida, um perigo principalmente para crianças, destaca Fernanda, que é CEO e fundadora da Startup Aya-Tech (SP) e Doutora em Ciência e Engenharia de Materiais.

SPRAY ANTISSÉPTICO
O antisséptico biocosmético é voltado para o público em geral. É mais eficaz que o álcool 70%, que evapora rapidamente, só faz efeito na hora e pode causar danos à pele.
Sem lavação, o antisséptico permanece ativo nas mãos de três a seis horas.
Sua composição traz óleo de melaleuca, que é antisséptico, anti-inflamatório, antifúngico, cicatrizante, e 99,9% eficiente contra bactérias e vírus.
Também existe no formato gel
OUTRAS APLICAÇÕES
Além do coronavírus, o produto age também contra o H1N1, HIV, Herpes, Citolomegavírus, Influenza A, Hepatite B, Pólio e Adenovírus, entre outros.
FONTE: FERNANDA CHECCHINATO,
ENGENHEIRA QUÍMICA

Dispositivo impede de tocar o próprio rosto

Um ato involuntário, mas que aumenta – e muito – as chances de contaminação pelo coronavírus é o de tocar o próprio rosto. Não levar a mão aos olhos, à boca e ao nariz é uma das principais recomendações das autoridades em saúde. Para ajudar a controlar a disseminação da Covid-19 a Nasa produziu um dispositivo que gera um alerta quando as mãos se aproximam da face. O produto, chamado de Pulse, pode ser reproduzido livremente. A própria Nasa disponibiliza as instruções de fabricação aqui

COLAR PULSE
Dispositivo criado pela Nasa para ajudar a minimizar a propagação da Covid-19. O Pulse é composto por peças simples e de baixo custo, inseridas dentro de uma caixa impressa em 3D.
Sensores infravermelhos de percepção de movimento e aproximação alertam quando
as mãos se aproximam
do rosto.
raio de
alcance
30cm
Uma vez detectado o movimento, um motor de vibração é acionado. Quanto mais a mão se aproxima do sensor, mais forte a vibração.
Acesse aqui a tecnologia
disponibilizada pela NASA
OUTRAS APLICAÇÕES
Além do coronavírus, o produto age também contra o H1N1, HIV, Herpes, Citolomegavírus, Influenza A, Hepatite B, Pólio e Adenovírus, entre outros.
FONTE: NASA
INFOGRAFIAS: BEN AMI SCOPINHO

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