Auxiliar no tratamento de efluentes de frigoríficos de frango e torná-los matéria-prima para uma alimentação mais saudável das aves é o trabalho em desenvolvimento da Brastax, empresa que espera faturar até R$ 22 milhões nos primeiros cinco anos de operação.

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Incubada no Núcleo de Inovação Tecnológica da Universidade do Vale do Itajaí (Uniinova), a tecnologia da Brastax utiliza microalgas para tratar a água de aviários e desenvolver um suplemento alimentar natural inovador. O produto traz benefícios para animais, consumidores e empresas do ramo, porque funciona como um corante natural e tem potencial antioxidante.

– Utilizamos o efluente como matéria-prima para que o tratamento não gere apenas despesas, mas aumente a lucratividade das empresas – diz Lucas Marder, sócio-proprietário da Brastax.

Há dois anos em atividade, a empresa é parceira do abatedouro Frangos Morgana, em Palhoça, onde são desenvolvidos os experimentos. A expectativa é que, no início de 2015, o serviço esteja disponível para outras empresas.

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Para Marder, a boa aparência conferida pelo corante natural e o valor nutricional dos antioxidantes são táticas para agradar clientes no Oriente Médio, além de mercados que primam pelo respeito ao animal, como o europeu.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Santa Catarina é o segundo maior Estado produtor de frango do país e respondeu, em 2013, por 17,63% do total de abate de frangos de corte e 28,3% do valor exportado no Brasil. Conforme o presidente da entidade, Francisco Turra, a avicultura brasileira é referência internacional em boas práticas de sustentabilidade:

– Iniciativas como a desenvolvida pela Brastax e pelas próprias empresas do setor, nos tornam o mercado produtor de aves com maior consciência ambiental do planeta.

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Turra cita como exemplo dados do departamento de meio ambiente inglês que mostram que a indústria de aves no Brasil emite metade de CO2 que a avicultura da França e da Inglaterra. Além disso, garante que o mercado tem desenvolvido alternativas para o gerenciamento do grande volume de efluente líquido gerado.

– Existe a preocupação de recuperar e de não degradar o meio ambiente, a saúde humana e a animal — completa, explicando que boas práticas ambientais são pré-requisito para exportar para muitos mercados.

Incentivo para crescer

Para dar os primeiros passos, a Brastax contou com recursos de incentivo como o Prêmio Santander de Empreendedorismo e o Prêmio Ibero-Americano de Inovação. Além disso, a empresa venceu edital da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e do governo estadual. Ao todo, foram investidos R$ 190 mil para o desenvolvimento do projeto.

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