Tecnologia tem impulsionado o desenvolvimento de cidades inteligentes

Mobilidade, segurança, gestão de recursos e sustentabilidade são alguns dos desafios enfrentados pelas cidades no mundo atual — especialmente, em um contexto cada vez mais urbanizado. Para contornar esses desafios, uma das respostas é a utilização de ferramentas tecnológicas visando melhorar a qualidade de vida das comunidades. 

Chamadas de “cidades inteligentes”, as localidades que mais se destacam em inovação utilizam sistemas conectados, coleta de dados em tempo real e inteligência artificial para criar ambientes mais eficientes e adaptados às necessidades da população.

Integrar tecnologia à rotina das cidades deixou de ser uma tendência para se transformar em uma necessidade, fundamental para a criação de ambientes urbanos mais modernos e eficientes. Por meio de inovação, é possível reduzir desperdícios e custos, automatizar processos e agilizar respostas a crises ou emergências. 

IA na educação

Ao inserir as ferramentas tecnológicas na educação, é possível prevenir o abandono escolar e melhorar o processo de aprendizagem das crianças e adolescentes. Esse é o caso do Sistema Educação, uma ferramenta desenvolvida pela empresa criciumense Betha Sistemas para contornar os principais desafios encontrados na educação básica de ensino — principalmente, a evasão escolar e as altas taxas de reprovação.

A ferramenta, que utiliza Inteligência Artificial (IA), já conta com 230 clientes, que incluem prefeituras, autarquias, secretarias e órgãos públicos em geral. Ao todo, estima-se que ela impacta mais de 610 mil alunos.

—O projeto da Betha Sistemas foi reconhecido pela Unesco, com a indicação ao Prêmio King Hamad Bin Isa Al-Khalifa, pelo uso da inteligência artificial para inovar a educação, o ensino e o aprendizado. Ter disputado esse prêmio de nível mundial em 2020 foi uma vitória e representa muito — conta o CEO da Betha Sistemas, Aldo Garcia.

A solução atua ao avaliar, através dos indicadores de presença e notas, o risco de evasão escolar a partir do primeiro bimestre do ano letivo, com uma precisão de 95%. Para atingir o resultado, a IA cruza dados de 12 variáveis diferentes, identificando de forma precoce qualquer problema que possa interferir na jornada do estudante em sala de aula. 

BI para otimizar custos

Outra demanda atendida pela solução da Betha Sistemas é a aplicação de um sistema de Business Intelligence (BI), que permite centralizar dados sobre custos e repasses recebidos pela escola. Ao facilitar a interpretação das informações, é possível melhorar a disponibilidade de recursos e permitir que a tomada de decisão estratégica seja feita com mais eficiência. 

As instituições também podem verificar o tempo de espera para matrículas, o custo por aluno, e outros indicadores essenciais para a gestão. Ainda, há uma função que envia diariamente ao time responsável pelo preparo das refeições o número de alunos presentes, evitando o desperdício de alimentos. 

Com o recurso Chamada Digital, os próprios pais conseguem controlar a presença das crianças no ambiente escolar. A plataforma da Betha Sistemas tem a funcionalidade para envio de alertas aos pais, informando o ingresso da criança ou adolescentes em sala de aula. Para reforçar a segurança, também é possível integrar o sistema de reconhecimento facial às catracas, permitindo a entrada apenas de pessoas autorizadas. 

O sistema conta, ainda, com ferramentas para facilitar a jornada dos professores no planejamento escolar. Através da plataforma de gestão da educação da Betha Sistemas, os professores podem segmentar por dia os temas que serão trabalhados em sala de aula, criar uma linha do tempo dos conteúdos e fazer a verificação de integração com os conteúdos previstos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) — que determina as competências, habilidades e as aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver durante cada etapa da educação básica.

— A ferramenta speak to text, que transcreve no planejamento o que é dito pelos professores, facilita e agiliza o dia a dia nessas verificações e atualizações mais automatizadas, liberando tempo para que o educador se dedique mais a parte intelectual desse processo — aponta o CEO da empresa. 

Segundo o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (SINPRO-DF), um professor dedica, em média, 24 horas para preparar cada oito horas de aula. Com o suporte da tecnologia, esse tempo pode ser reduzido significativamente, melhorando a qualidade de vida dos docentes e mantendo a excelência do ensino em sala de aula.