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(Foto: NSC Total)

A união entre a saúde e a tecnologia é muito bem-vinda e ninguém mais duvida que esta integração resulta em novos e melhores anos de vida. Isso porque os avanços tecnológicos têm oportunizado uma série de benefícios para o diagnóstico e o tratamento das doenças, assim como vem gerando conquistas imprescindíveis no controle de dados e na gestão da assistência oferecida, seja na rede pública ou na rede privada.

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No entanto, preocupações também fazem parte desse “casamento” que promete ainda muitos anos de sucesso e bons resultados. Vira e mexe surgem alertas para cuidar dos efeitos que a tecnologia pode representar à saúde do corpo e da mente, envolvendo desde a visão e o cérebro de quem utiliza o computador e o celular, chegando nos riscos de exposição à radiação dos sinais que nos conectam ao mundo digital.

Um dos assuntos mais polêmicos nesse sentido foi no anúncio da chegada da quinta geração de internet móvel, a chamada 5G, que entrou em operação recentemente em algumas cidades do Reino Unido e da Coreia do Sul, devendo chegar ao Brasil nos próximos anos. A preocupação ficou por conta da radiação eletromagnética usada e o receio de um eventual aumento dos riscos à saúde. Depois de muita discussão, chegou-se à conclusão de que faixa de frequência dos sinais 5G que serão introduzidos está dentro da banda não-ionizante do espectro eletromagnético e bem abaixo daqueles considerados prejudiciais pela ICNIRP (Comissão Internacional de Proteção Contra Radiação Não Ionizante).

Outro debate importante diz respeito ao relacionamento de nossas crianças com o mundo digital. Foi pensando nelas que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou, em 2019, a “Cartilha de Uso Inteligente da Tecnologia”, que aborda especialmente o uso abusivo e a dependência da internet pelos menores de idade. O gatilho para a edição da cartilha veio com a informação de que, no Brasil, 88% das crianças de 9 a 17 anos acessam a internet todos os dias ou quase todos os dias, segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).

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Penso que vale a leitura, pois no livreto há dicas aos pais, evitando os excessos das crianças, mesmo em frente à televisão, estimulando os pequenos a terem mais contato com a natureza e o encontro presencial com os amigos. Acredito, ainda, que o importante desses alertas e dos debates está no fato de que mudanças sempre vêm acompanhadas de novas regras de convivência e de relacionamento, que excessos e a falta de limites são prejudiciais em qualquer esfera, tanto para crianças como para adultos. Portanto, não é a tecnologia que causa problemas à saúde, mas o uso inadequado, como em tudo na nossa vida.

Também é evidente que muitas outras discussões ainda vão acompanhar a evolução tecnológica no mundo todo. Caberá a nós, como seres humanos que somos, aproveitar de forma digna e correta as oportunidades que a nova era nos oferece, com qualidade de vida e mais tempo para ser feliz.