Ademar Paes Junior
(Foto: NSC Total)

Transformação é palavra parceira da medicina e da saúde, que continuamente se adaptam e evoluem junto à sociedade e suas necessidades. Certamente nessa trajetória paralela, a tecnologia é a responsável pelas mais importantes e impactantes mudanças vividas na assistência médico-hospitalar de todos os tempos. São incontáveis os avanços que a tecnologia trouxe no diagnóstico e no tratamento de doenças, na prevenção e na promoção da saúde. Da mesma forma, pode-se prever que é inimaginável o que ainda está por vir quando ciência, técnica, processos de inovação, ferramentas digitais e inteligência artificial unem forças e conhecimento. Tecnologia e inovação na medicina não são novidades; o que mudou dramaticamente é a velocidade com que isto está ocorrendo.

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Essa conscientização é absolutamente fundamental para vivenciar a medicina dos dias atuais, que se revela em todas as faces da atividade, seja nas emergências e ambulatórios hospitalares, seja nos consultórios e nas clínicas, nos centros cirúrgicos, nos postos de saúde e também na prática acadêmica. A atividade médica está no centro desse turbilhão de mudanças e precisa lidar com a nova realidade, aproveitar as oportunidades e fazer da tecnologia uma verdadeira aliada, não apenas na resolução dos problemas que precisam ser tratados, mas especialmente na relação de confiança e segurança com os pacientes. Data Science, inteligência artificial, machine learning, IoT (Internet das Coisas), wearables e tantos outros nomes cada vez mais comuns nas nossas vidas somente serão incorporados se resolverem problemas da vida real e se melhorarem a vida das pessoas.

Tech SC: fique por dentro do universo da tecnologia em Santa Catarina​​​​

As ferramentas de análise de dados voltadas para o mercado de saúde crescem velozmente, exigindo atualização permanente e investimentos das empresas, instituições e dos estabelecimentos do setor, em todos os portes, e em tempo real. E o potencial do mercado também parece ser sem limites. É importante lembrar que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou que as atividades de saúde na renda gerada no país saltou de 6,1% do PIB em 2010, para 7,3% em 2015, chegando a 9,2% na atualidade. Também segundo o IBGE, o número de empregos em atividades relacionadas à saúde passou de 5,2 milhões, em 2010, para 6,5 milhões, nos últimos dois anos, registrando um aumento de 1,3 milhão de postos de trabalho. Isso tudo em plena queda da taxa de emprego no país. É a medicina gerando renda, tributos e eficiência, sem que perca a sua humanização indispensável.

Tudo isso só é possível com gestões centradas na inteligência de dados, em instrumentos tecnológicos que melhoram resultados para a vida dos pacientes e também para a sustentabilidade das empresas, que otimizam serviços, reduzem desperdícios e ampliam a qualidade.

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Inovação somente prospera se demonstrar com simplicidade como ela gera valor para as pessoas e para a sociedade.

A medicina do passado (e toda a sociedade de um modo geral) vivia baseada em informações que refletiam a média das pessoas, utilizando a média para calcular dose de medicamentos, determinar valores normais de exames laboratoriais, entre outros. Os tratamentos eram dados com base na opinião isolada do médico e na maior parte das situações respondendo ao surgimento de sinais e sintomas. Hoje estamos construindo uma medicina mais previsível, previnível, personalizada e, acima de tudo, participativa. Ninguém é uma média da população. Somos todos indivíduos e queremos ser considerados como tal.

Creio que o cenário aqui descrito serve como ponto de partida para o debate de ideias proposto pelo portal Tech SC, onde nosso espaço vai mostrar o que acontece quando a tecnologia e a inovação dá as mãos para a medicina em defesa da saúde e da vida. O desafio foi lançado e aceito, na certeza de que a informação também é instrumento de evolução para um futuro ainda melhor, no qual um número cada vez maior de pessoas possa usufruir de tantas conquistas.

Ademar de Oliveira Paes Jr. é médico radiologista da Clínica Imagem e Hospital Baía Sul e presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM).

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