Há 11 anos, a modernização chegava ao Oeste catarinense. Os produtores rurais estavam deixando as técnicas rudimentares de lado e começavam a profissionalizar as tecnologias de produção, aproveitando os avanços genéticos, para garantir mais renda às famílias do campo. A apuração foi feita em 2001, durante a série Nossa Terra, publicada em setembro daquele ano no Diário Catarinense.
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Naquela época, o Produto Interno Bruto (PIB) agrícola contribuía com 17,4% da produção de riquezas do Estado, e o agronegócio, com mais 40%. Em 2001, pelos cálculos do Instituto Cepa, o setor havia crescido 70% em Santa Catarina em 15 anos, contra um crescimento de apenas 40% no Brasil.
A produção leiteira, apesar do baixo preço pago aos produtores então, começava a despontar como uma das principais atividades da região, com produção de 1,5 bilhão de litros de leite, 650 milhões vendidos no próprio Estado. Hoje, o Oeste catarinense é a quinta maior bacia leiteira do Brasil.
Berço das cinco maiores agroindústrias do país – Sadia, Perdigão, Seara, Aurora e Chapecó – a região viu, em 11 anos, uma revolução tomar conta do setor. Hoje, Sadia e Perdigão se uniram para formar a BRF Brasil Foods.
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A Seara foi comprada pela norte-americana Cargill e depois pela rede paulista Marfrig. A agroindústria Chapecó, que, em 2001, voltava a figurar entre as cinco maiores, entrou em processo de falência em 2004. Apenas a Aurora continua uma cooperativa, que ampliou seu tamanho e importância para a região.
Movimento de R$ 3 bilhões anuais
A cadeia produtiva da agroindústria catarinense, há 11 anos, movimentava R$ 3 bilhões por ano, com 32 mil pessoas envolvidas diretamente e 65 mil indiretamente. A Sadia era líder nacional com 22 mil funcionários. O sistema de integração animava os produtores, que recebiam os animais, ração e assistência técnica das empresas e eram responsáveis apenas pelo engorde de aves e suínos.
Na região de Joaçaba, Videira e Herval do Oeste, os criadores plantavam milho para ter ração mais barata. Hoje, a falta de milho é um dos principais problemas para suinocultores e avicultores catarinenses.
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Em Concórdia, uma parceria do setor com a Embrapa desenvolveu o suíno light, com menor percentual de gordura e mais carne. A iniciativa revolucionou a suinocultura. Em 2000, 1,4 milhão de suínos entregues às agroindústrias eram descendentes de animais com melhorias genéticas. Novas técnicas tornaram a avicultura mais rentável, com mais carne de peito e menos consumo de ração por quilo produzido.
Entre as atividades de diversificação da economia, o Oeste já experimentava a aposta em hortifrutigranjeiros e piscicultura de água doce, com um frigorífico de peixe com produção de 1,5 mil tilápias por dia e perspectiva de chegar a 5 toneladas em 2002.
O Meio-Oeste começava a retomar a produção de vinhos estimulado pelo aumento de 20% no consumo nacional da bebida. Na época, dos 16,4 milhões de litros produzidos em SC, 15,6 milhões saíam das pipas de Videira, Pinheiro Preto, Iomerê, Tangará e Salto Veloso.
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A atividade foi seguida pela Serra Catarinense. São Joaquim, que até 2001 só conhecia o turismo de inverno e pomares de maçã, hoje aposta na produção de vinhos finos de altitude, com vários rótulos premiados.
A pecuária já perdia força na Serra, mas as indústrias de papel e celulose ganhavam cada vez mais espaço na economia regional e já garantiam o maior número de empregos.