Os interessados na compra da Tecnofibras vão encontrar condições mais atraentes no leilão desta quarta-feira do que as oferecidas no primeiro pregão, realizado em novembro do ano passado. A garantia é da leiloeira oficial, nomeada pela Justiça, Tatiane Duarte. O lance mínimo é de R$ 44,2 milhões, o equivalente a 60% do valor da companhia, que foi avaliada em aproximadamente R$ 74 milhões. Única empresa do Grupo Busscar ainda em atividade, a Tecnofibras é especializada na produção de peças para carroceria em plástico reforçado com fibra de vidro.

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Com a venda judicial, o comprador receberá um novo CNPJ e não assumirá passivos trabalhistas ou tributários, explica Tatiane. Além da tranquilidade prevista em lei, o diretor-geral da Tecnofibras, Paulo Zimath, ressalta que a empresa cumpre com todos os seus compromissos. A saúde financeira e a boa aceitação dos produtos no mercado são os principais argumentos utilizados pelo executivo para classificar a venda como “uma boa oportunidade”. A carteira de clientes inclui nomes como Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Caterpillar e Bombardier.

O balanço de 2014 não está fechado, mas o executivo adianta que a Tecnofibras opera no azul e é rentável – e que, portanto, poderia agregar valor a negócios de setores como o da construção civil e do plástico. Do ponto de vista da eficiência da operação, Zimath diz que a margem operacional representa de 10% a 13% do faturamento líquido em tempos de mercado aquecido. Nos momentos de baixa, como em 2014, oscila entre 6% e 7% da receita.

As vendas, no ano passado, caíram 38% em relação às de 2013, totalizando R$ 58 milhões de faturamento bruto. Zimath atribui a queda à retração econômica, que afetou as montadoras e refletiu nas vendas e na produção da Tecnofibras. Algumas atividades da fábrica permanecem em dois turnos. As demais funcionam em apenas um.

– O investidor não terá prejuízo. Já no primeiro mês verá o resultado – garante o diretor-geral.

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Expectativas positivas

Para Paulo Zimath, o primeiro leilão não teve sucesso em razão da época do ano em que foi realizado. Segundo ele, a legislação exige que o comprador providencie uma série de documentos no prazo de 60 dias para tomar posse do empreendimento. No entanto, vários órgãos interrompem as atividades no final do ano, dificultando o cumprimento da lei. Agora, o executivo está animado com a possibilidade de venda da empresa.

A indefinição sobre o futuro impede o crescimento da Tecnofibras. Segundo Zimath, novos grandes negócios não podem ser concretizados enquanto a empresa se encontrar na condição de massa falida. Ainda assim, a companhia comemora a manutenção dos clientes antigos.

A tendência é de retomada das vendas no mercado de caminhões, um dos mais importantes para Tecnofibras. Zimath diz que o estoque está chegando ao fim nas montadoras, e com a definição das condições de crédito pelo Finame, a tendência é de retomada do crescimento.

– A projeção de volume de vendas das montadoras, já revisada para o primeiro semestre, mostra quadro de melhora a partir de abril. Aí, as coisas vão voltando ao normal – afirma.

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A TECNOFIBRAS

– Funcionários: 348.

– Produtos: carrocerias em plástico reforçado com fibra de vidro para o setor agrícola, caminhões e trens.

– Principais clientes: Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Caterpillar e Bombardier.

– Faturamento (2014): R$ 58 milhões (bruto).

– Margem operacional (estimativa): entre 6% e 7%.

O LEILÃO

Quando: hoje.

Local: Tribunal do Júri, no Fórum de Joinville.

Horário: a partir das 14 horas.

O leilão será presencial, com lances orais em dois horários:

14 horas

Primeiro leilão, com lance mínimo de R$ 44,2 milhões, equivalente a 60% do valor da avaliação da empresa (R$ 74 milhões). Parcelamento da compra em até 48 vezes, com entrada mínima de 20%. Não havendo lances, abre-se novo leilão em seguida.

14h30

O proponente pode ofertar qualquer lance, mesmo abaixo de 60% do valor de avaliação. Parcelamento da compra em até 36 vezes, com entrada mínima de 30%. Os lances do segundo leilão serão submetidos a aprovação do juiz para evitar lance vil (valor muito baixo, considerado irrisório).