A partir de segunda-feira, os pacientes diagnosticados com tuberculose em Joinville serão tratados em casa. E as consultas na Unidade Sanitária na rua Abdon Batista, Centro, só serão feitas via agendamento para evitar formação de grupos e o risco de contaminação.

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As mudanças na forma de atendimento foram adotadas pela Gerência da Unidade de Vigilância após servidores do Programa de Controle de Tuberculose paralisarem as atividades na manhã de sexta-feira, por não se sentirem seguros para fazer os atendimentos.

-A situação é que estamos atendendo pacientes em fase de transmissão de tuberculose sem nenhuma segurança, porque não há filtros no prédio-, denuncia o técnico em enfermagem Darlei Pereira do Nascimento.

Os servidores também reclamam que não há um protocolo de atendimento definido, com medidas de biosegurança, para que eles se mantenham protegidos durante a coleta de materiais para exames, como o do escarro, por exemplo.

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Outro motivo para a paralisação, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos dos Municípios de Joinville, Garuva e Itapoá (Sinsej), foi o descumprimento por parte da Gerência da Unidade de Vigilância em relação ao auto de intimação aplicado pela Vigilância Sanitária à unidade em novembro do ano passado.

A notificação proibiu os atendimentos no prédio até a unidade conseguir o alvará sanitário e apresentar um projeto arquitetônico adequado para a estrutura.

Em decorrência da proibição, os servidores denunciam que a Gerência determinou que os pacientes em tratamento recebessem medicamento para 60 dias, sem que houvesse consultas e acompanhamentos, já que os remédios que combatem a tuberculose podem provocar, entre outras coisas, problemas hepáticos.

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Uma reunião entre o vice-presidente do Sinsej, Tarcísio Tomazoni Junior, a gerente da Unidade de Vigilância em Saúde, Jeane Regina Vieira, servidores e uma fiscal da Vigilância Sanitária por volta de meio-dia de sexta-feira definiu as novas formas de atendimento e redefiniu as exigências de um novo auto de intimação. Agora, fica proibido apenas o atendimento em grupo.

Conforme Jeane, Joinville tem hoje 180 pessoas em tratamento contra a tuberculose. Somente na última semana, nove pessoas foram diagnosticadas com a doença.

Contraponto

A gerente da Unidade de Vigilância em Saúde, Jeane Regina Vieira, explica que um consultor em biosegurança do Ministério da Saúde visitou o prédio da Unidade Sanitária na rua Abdon Batista, Centro, na última semana do ano passado para avaliar a estrutura e emitir um laudo.

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O documento que deveria ter ficado pronto em 15 de janeiro deste ano e que pontuaria os gargalos da estrutura, ainda não foi liberado. Por isso, justifica Jeane, não foram comprados exaustores com filtros para proteger os ambientes da unidade.

A gerente nega que os pacientes em tratamento tenham recebido medicação sem acompanhamento. De acordo com Jeane, os remédios não são repassados diretamente aos pacientes, mas aos postos de saúde da região em que eles moram.

Dessa forma, eles se medicam sempre com o acompanhamento de um agente de saúde, que leva os remédios em casa.

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