Até terça-feira, o Instituto Jourdan deve encaminhar aos governos estadual e federal um relatório sobre os prejuízos sofridos pelas empresas de Jaraguá do Sul com a enchente de domingo. O objetivo é agilizar a realização de ações emergenciais, como o prolongamento dos prazos de empréstimos com carência maior e juros baixos por meio de instituições financeiras oficiais, como o BNDES.

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O levantamento das áreas atingidas é realizado pelo Instituto Jourdan e o Sebrae. A iniciativa também conta com a parceria da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs), Associação das Micro e Pequenas Empresas do Vale do Itapocu (Apevi), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e sindicatos das indústrias. De acordo com o diretor de desenvolvimento econômico do Instituto Jourdan, Márcio da Silveira, até ontem os técnicos visitaram cem empresas nos bairros Vila Lenzi, Rau e Água Verde. Em 57 delas, os prejuízos somam cerca de R$ 8 milhões.

A orientação é que as empresas atingidas organizem um relatório e enviem às entidades ligadas à Acijs, à CDL e à Apevi com nome, CNPJ, endereço, descrição dos estragos e fotografias comprovando os prejuízos. Empreendimentos não associados podem enviar as informações ao instituto pelo e-mail info@jourdan.info.br.

Sócios em uma distribuidora de embalagens e alimentos na rua Irmão Leandro, no bairro Vila Lenzi, os irmãos Adilson Valentin Lazzaris, 35 anos, e Valmor Lazzaris, 39, calculam que sofreram um prejuízo de pelo menos R$ 180 mil com a perda de produtos e móveis. A empresa ficou com aproximadamente um metro de água no domingo. Até ontem, eles haviam retirado seis caçambas de produtos que estragaram.

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– Nessa conta, não entra o que deixamos de vender por causa de todo o transtorno. Para normalizar o atendimento, vão ainda de 15 a 20 dias – lamenta Adilson.

Prazo para recolher imposto é prorrogado

Na quinta-feira, o governo do Estado prorrogou o prazo de recolhimento do ICMS relativo ao mês de maio. O imposto, que deveria ter sido pago no dia 10 de junho, poderá ser pago até 10 de julho. A medida atende aos municípios atingidos pelas enchentes que tenham decretado estado de calamidade pública ou situação de urgência. A comprovação da condição da empresa deverá ser feita mediante laudo pericial emitido pelos bombeiros militares ou por órgão da Secretaria de Estado da Defesa Civil que ateste o dano ocorrido.

A medida não alcança os contribuintes enquadrados no Simples Nacional nem o imposto relativo a operações com combustíveis, energia elétrica e serviço de comunicação, relativo à entrada de bem ou mercadoria importados do exterior nem devido por substituição tributária.

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À espera da liberação do FGTS

Os trabalhadores atingidos pela chuva em Jaraguá do Sul estão à espera da liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para recuperar parte dos estragos sofridos. A previsão do secretário da Defesa Civil jaraguaense, Marcelo Prochnow, é de que o cadastramento dos moradores que tiveram prejuízos comece dentro de 30 dias.

O decreto de emergência já foi homologado pelo governo do Estado e agora precisa ser reconhecido pela União, que vai definir quem tem direito ao recurso e quando o valor começa a ser disponibilizado.

Em até dez dias, a Prefeitura deve emitir um comunicado oficial para orientar os moradores sobre como proceder, por meio do site e do Facebook da Prefeitura e da imprensa. O site é www.jaraguadosul.sc.gov.br.

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45 pessoas ainda estão em abrigo

Quarenta e cinco moradores atingidos pela enchente continuavam abrigados na quinta-feira no Parque Municipal de Eventos. A maioria deles teve as casas interditadas por causa de deslizamentos de terra. A secretária de Assistência Social, Criança e Adolescente, Emanuela Wolff, diz que ainda são necessárias doações de colchões e material de higiene pessoal – sabonete, xampu, condicionador, absorvente, pasta e escova de dentes. Doações de roupas serão enviadas para outras cidades da região, como Guaramirim, Corupá e Mafra.

R$ 22 milhões em perdas

A Prefeitura de Guaramirim atualizou o levantamento dos estragos e avaliou que o prejuízo chega a R$ 22 milhões, relativos a áreas públicas, obras, drenagem, conserto de pontes e pontilhões, saúde e educação. Inicialmente, a administração calculava que o estrago era de cerca de R$ 11 milhões. No comércio, a estimativa é de que o prejuízo chegue a R$ 163 milhões. Mais de 200 empresas foram afetadas diretamente.