A recuperação da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, vai entrar em outubro deste ano nas etapas mais importantes consideradas fundamentais para a liberação da estrutura para o tráfego. Em reunião nesta segunda-feira na cabeceira insular, técnicos da Teixeira Duarte, empresa responsável pela obra, e do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) apresentaram os próximos passos da reforma para o governador Raimundo Colombo (PSD) e convidados do governo do Estado.

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A próxima etapa da obra será nos primeiros dias de outubro. Os engenheiros vão elevar o vão central da estrutura em 40 centímetros, além dos 10 centímetros já levantados em fevereiro passado. O serviço será dividido em quatro dias, não consecutivos. A proposta é erguer 10 centímetros por vez e monitorar por um ou dois dias como a estrutura reage.

Para isso, o engenheiro português da Teixeira Duarte Pedro Faro diz que será montada uma central de monitoramento que vai controlar o peso de cada um dos 54 macacos hidráulicos. Diferentemente da primeira elevação, quando a ativação dos equipamentos foi manual, desta vez será tudo feito eletronicamente, com operação da central. O trabalho será feito à noite, na primeira semana de outubro. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros serão acionados para fazer um plano de contingência na região.

Retirada das barras de olhal é crucial

Com o vão central erguido em 50 centímetros, a ponte entra em um momento fundamental, que é a desmontagem das barras de olhal, o que deve ser concluído no final de janeiro deste ano. Depois começam quatro meses considerados fundamentais para a reforma. Os técnicos vão retirar todas as barras de olhal, que são as estruturas superiores que mantêm a ponte suspensa.

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— Vamos tentar tirar as barras através dos pinos que fazem a ligação entre elas para retirá-las inteiras. Caso não seja possível, vamos ter que quebrá-las (através de maçarico) — explicou Faro na apresentação, que considera o primeiro corte da barra o momento mais crucial da obra.

O engenheiro do Deinfra responsável pela obra, Wenceslau Diotallévy, diz que a equipe trata o momento de retirada das primeiras barras de olhal, nas duas cabeceiras, como o rompimento da antiga fase da pone. Diotallévy sugeriu ao governador que a família de Hercílio Luz seja convidada para um evento instantes antes de a barra ser rompida.

Ponte será liberada em dezembro de 2018

Passada essa fase, os operários vão retirar as barras de olhal que ficam na parte inferior da estrutura. Antes de as novas barras de olhal serem instaladas, os técnicos preveem substituição de peças que vão durar mais quatro meses. Por fim, na metade de 2018 deve começar a colocação das novas peças da ponte. A previsão é que a ponte esteja liberada para o tráfego em dezembro do ano que vem.

— Estamos tirando uma ponte e construindo outra nova. Fizemos os cálculos e percebemos que era mais barato substituir as peças e colocar as de maior qualidade do que construir uma nova — justificou Colombo.

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Como o governador deve ficar no cargo somente até abril de 2018, quando deixa a função para concorrer ao Senado, pequenos atos nos momentos de retirada das barras de olhal e na instalação das novas peças devem ser feitos com a presença dele.

Ouça a reportagem de Felipe Reis: