A goleada do Brusque em cima do Metropolitano no último domingo, por 4 a 1, pode ter sido uma surpresa para muita gente. Não pelo resultado em si, mas pelo padrão de jogo apresentado pelo time do técnico Pingo. É difícil ver um jogador dando um chutão e o toque de bola é prioridade.
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Essa filosofia, segundo o próprio treinador, foi implantada desde o primeiro treino, em meados de dezembro. Além de muito trabalho específico, Pingo encontrou uma punição no mínimo curiosa: quem der chutão no coletivo precisa pagar 20 apoios.
Confira abaixo a entrevista com o técnico que, pela segunda vez consecutiva no Campeonato Catarinense, surpreende pelo trabalho de suas equipes.
Jornal de Santa Catarina – Como você conseguiu criar um padrão de jogo em pouco tempo de trabalho?
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Pingo – Desde o primeiro dia que cheguei, deixei claro que queria a equipe jogando desse jeito. Aí foi só ir aprimorando, com bastante trabalho específico, e dar a confiança suficiente para que os jogadores saiam jogando. Para isso, precisam jogar mais juntos. Afinal, quem tem a posse de bola corre menos riscos e fica menos cansado.
Santa – Como colocar isso na cabeça do grupo?
Pingo – A gente precisa dar tranquilidade e mostrar que isso facilita o padrão de jogo. Claro que corremos riscos. O gol que tomamos contra o Metropolitano teve origem em uma saída errada de bola, em que um chutão poderia ter evitado o problema. Mas nestes casos eu já tomo a responsabilidade para mim, afinal sou eu quem mando o time jogar dessa maneira.
Santa – Você se inspira em algum treinador ou tem alguma equipe que admira?
Pingo – Os técnicos que mais gostei de trabalhar foram o Ênio Andrade (campeão brasileiro por Internacional, Grêmio e Coritiba) e o Paulo Autuori. Mas esse padrão de jogo é algo que eu tenho comigo mesmo. É o que eu acredito e defendo.
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Como se impor diante de um futebol que exige cada vez mais a força física?
Pingo – O futebol é muito dinâmico. Eu acredito que nosso estilo também tem uma marcação forte apesar de cometermos poucas faltas. É algo que passo para os meus jogadores, e não é novidade. Quem viu o Juventus jogar no ano passado sabe que eu costumo montar minhas equipes desse jeito (ele treinou o time de Jaraguá do Sul no Estadual de 2013).