A pedido dos atletas brasileiros, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) estuda a possibilidade de limitar o número de estrangeiros nas provas disputadas no Brasil a partir desta temporada. Moacir Marconi, técnico e articulador da vinda dos africanos ao país, rejeita a medida e diz que a presença dos estrangeiros deve ser encarada sob outro ponto de vista.

Continua depois da publicidade

– Eles estão tendo a chance de melhorar com os quenianos e, ao invés de aproveitarem, ficam mais preocupados tentando mandá-los de volta. Se os brasileiros pararem com isso, treinarem mais e aproveitarem a presença dos quenianos, teremos uma maior competitividade – declarou o técnico conhecido como Coquinho em entrevista à Gazeta Press.

No próximo dia 24, a CBAt deve tomar uma decisão sobre o assunto durante sua Assembléia Geral. A ausência de atletas brasileiros no pódio da São Silvestre na disputa masculina, algo que não acontecia desde a temporada de 1998, deve aprofundar ainda mais a discussão em torno da possível limitação de estrangeiros.

– O nível dos brasileiros está baixo. Eles têm de arrumar um jeito de melhorar – disse Coquinho.

Questionado sobre os motivos do suposto baixo nível dos atletas brasileiros, Coquinho preferiu não apontar razões específicas.

Continua depois da publicidade

– Sinceramente, não sei. É uma questão de performance, de calendário, tem que ver com os técnicos. Os quenianos vêm aqui correr e vão embora. Já os brasileiros ficam o ano inteiro aqui fazendo provas – afirmou.

Campeão da São Silvestre na temporada de 2006, Franck Caldeira era a principal esperança de vitória entre os brasileiros. Depois de abandonar a prova alegando problemas intestinais no 10º quilômetro, ele criticou a presença dos estrangeiros na corrida.

Coquinho assegura que não foi procurado por atletas brasileiros para falar sobre o tema. O sexto colocado na prova foi o queniano Nicholas Koech, com o tempo de 45min52. No sétimo lugar após percorrer os 15km em 46min03, o desconhecido maranhense Raimundo Nonato Souza Aguiar foi o melhor brasileiro na São Silvestre. Ele chegou a dizer que o ritmo dos africanos foi “alucinante”.

Confira o pódio da prova masculina:

1. James Kipsang (Quênia) – 44min42

2. Evans Cheruyot (Quênia) – 45min16

3. Kiprono Mutai (Quênia) – 45min28

4. Marco Joseph (Tanzânia) – 45min37

5. William de Jesus (Colômbia) – 45min47