Natural de Piratuba, mas com imensa identificação com a cidade de Concórdia, Serginho Schiochet começou a carreira de jogador de futsal ainda quando era funcionário da Sadia. Pelo Concórdia conquistou títulos e chegou a Seleção Brasileira, por quem foi campeão mundial em 1992. Depois de 15 anos longe da cidade que o lançou para o futsal, Serginho voltou como treinador em 2009. Mas foi com a excepcional campanha de 2013 que o catarinense de 53 anos galgou o cargo de novo comandante da Seleção Brasileira.
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DC: Apesar de ter assumida a Seleção, você continua como treinador do Concórdia. Até quando?
Serginho Schiochet: Sim. Conversamos com a Confederação e pelo calendário desse ano é possível manter os dois trabalhos. Teremos uma competição com a Seleção em outubro, mas tudo segue aqui em Concórdia. Até dezembro permaneço no clube também.
DC: Como você começou no Futsal?
Schiochet: Comecei aqui em Concórdia mesmo, na equipe da Sadia. Eu trabalhava e jogava pela empresa e foi assim até 1994. Na época eu trabalhar no setor de vendas. Essa época foi o auge do time. Depois disso, fui para o Rio Grande Sul, São Paulo e Itália. Até quem na metade de 2006 comecei a trabalhar como treinador na equipe da UCS, em Caxias do Sul.
DC: Como foi recolocar o Concórdia no mapa do futsal nacional?
Schiochet: Foi longo. Em 2011 e 2012 não fomos bem, mas em 2013 acertamos. Fomos crescendo muito ao longo do ano passado. Era um equipe bastante nova, alguns que nunca tinham disputado a Liga Nacional. Mas todos foram amadurecendo e a equipe cresceu. A gente tinha um grupo pequeno e novo. Trabalhamos bastante a confiança e simplificamos nosso jeito de jogar. Apostamos nas qualidades individuais, e priorizamos Liga Futsal.
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DC: Quais são os principais valores de um trabalho de sucesso?
Schiochet: Acredito que seja a postura tática e o comprometimento dos atletas, que compraram a nossa ideia de jogo e a executaram. Marcação forte e velocidade na saída de bola.
DC: Como chega o Concórdia esse ano?
Schiochet: Nosso orçamento é um dos mais baixos da Liga. Sonhar a gente sonha e pensa alto. Queremos, é claro, chegar às finais. Mas nossa prioridade agora e se classificar entre os 16 na primeira fase. Depois a gente pode crescer. Mas agora não posso me preocupar com eventuais finais. A Liga está muito equilibrada e difícil. Então será difícil.
DC: Como você avalia o futsal catarinense no caráter de estrutura e apoio?
Schiochet: Nossa estrutura aqui em Concórdia é boa. Temos academia, quadras e ginásio para treinar. A parte financeira é que deixa desejar. A cidade aqui não é muito grande e não tem um empresa de grande porte, como foi a Sadia, para abraçar o futsal. É um projeto ‘formiguinha’, muitos ajudam. No Estado, eu destaco o trabalho de Joinville. Que tem tradição e tem uma grande empresa como apoiadora, o que dá condições para montar grande equipes. Jaraguá do Sul é outra grande que sempre chega. As demais, como Florianópolis, Blumenau e Concórdia são equipes que montam bons grupos dentro do que é possível.
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DC: O que o futsal precisa para seguir nesse caminho de crescimento?
Schiochet: Estamos crescendo. Claro que futebol será sempre grande demais e vai levar grande parte dos recursos. Acho que o futsal deveria ser um esporte olímpico, está faltando isso que ajudaria a disseminar mais o esporte e agarrar mais patrocinadores. Além disso, as federações precisam continuar trabalhando para fortalecer os campeonatos estaduais. Outro ponto é o calendário. As federações unificarem datas, com menos trocas de datas. Assim o torcedor e a imprensa sabem que dia começar, que dia tem jogo, que dia termina. Organização.