Para a Nigéria, uma vitória sobre a Argentina, nesta quarta-feira, no quarto jogo de Copa do Mundo do estádio Beira-Rio, significará fugir do confronto contra a poderosa França, nas oitavas de final. Na Copa de 2010, nigerianos e argentinos se enfrentaram na estreia, com vitória do time de Messi treinado por Diego Maradona, por 1 a 0, gol do zagueiro Heinze. O jogo, por sinal, já apresenta características diferentes das demais partidas de Porto Alegre, afinal, a Argentina é uma das favoritas ao título e arrasta multidões de torcedores e de jornalistas.

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Para acompanhar os treinos do Beira-Rio, a Fifa distribuiu senhas para os repórteres, tamanho o interesse que o jogo desperta. Nas cercanias do estádio, a Brigada Militar já está a postos, devido aos mais de cem torcedores argentinos que aguardam a chegada da delegação para o treino do Beira-Rio, por volta das 13h30min.

A seleção africana jamais superou as oitavas. Em 1994, nos Estados Unidos, caiu para a Itália. Em 1998, na França, foi eliminada pela Dinamarca. É por querer vencer o Grupo F e fazer história, que está nos planos do técnico Stephen Keshi derrotar o time de Messi e, assim, enfrentar o segundo colocado do Grupo E: Suíça ou Equador.

Keshi, de 52 anos, foi zagueiro da seleção nigeriana. Estava no banco de reservas quando Roberto Baggio marcou de pênalti o gol da vitória italiana, em 94, na prorrogação, e mandou a sensação daquele Mundial para casa bem cedo – depois, na final, Baggio jogaria um pênalti na arquibancada e nos faria tetracampeões.

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– Podemos vencer a Argentina, é claro. Vamos buscar a vitória para terminarmos como líderes do grupo. Mas não estamos pensando em vencer para fugir de um possível confronto com a França, viemos para fazer o nosso jogo. Se for para enfrentar a França, então enfrentaremos a França – disse o treinador, apelidado de Big Boss (Chefão) na Nigéria.

Em seguida, Keshi foi questionado sobre como fazer para parar Messi. E se esperava contar com o apoio dos brasileiros, devido à rivalidade com a Argentina:

– Como parar Messi? Bem, tenho discutido isto com os meus jogadores, mas não posso compartilhar nossos planos com a mídia. Se tivermos o apoio dos brasileiros, apreciaremos muito.

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O camisa 10 da Argentina se tornou, naturalmente, um capítulo à parte durante a entrevista coletiva no Beira-Rio. O técnico da Nigéria ficou surpreso ao saber que Messi cumpria 27 anos hoje. E mandou felicitações.

– Ah, é? Está de aniversário? Parabéééééns, cara. Que tenha muita saúde e vida longa – declarou Keshi.

Já o goleiro Vincent Enyeama, derrotado em 2010 pela Argentina, se limitou a contar que vem assistindo aos jogos da Argentina e, em especial, que analisou a vitória de Messi sobre o Irã, nos minutos finais do jogo.

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– Messi é um dos melhores jogadores do mundo, mas a Argentina não é apenas ele: há Agüero, Di María, e muitos outros. E o jogo é entre Nigéria e Argentina, não entre Messi e eu.

A Copa no Brasil é apenas a quinta na história da Nigéria. Nenhum de seus jogadores tem a fama de Messi, Agüero ou Di María, mas trata-se de uma seleção rodada – e que dificilmente se assustará com os nomes de peso da Argentina. Do time titular, 10 atuam na Europa, em clubes como Lille (FRA), Celtic (ESC), Lazio (ITA), CSKA (RUS), Fenerbahçe (TUR) e em diversas equipes inglesas, como Chelsea, Norwich, Stoke City e Middlesbrough. O lateral-esquerdo Juwon Oshaniwa joga em Israel.

Stephen Keshi leva o embate com os hermanos muito a sério. Ontem, logo que a delegação africana chegou a Porto Alegre, rumou para a Arena, a fim de realizar um treino fechado. Hoje, no treino oficial para conhecimento do Beira-Rio, abriu o trabalho físico aos jornalistas e, após 15 minutos, portões fechados uma vez mais.

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A imprensa nigeriana especula que a seleção possa sofrer até duas alterações para jogar contra os argentinos. A vitória apertada por 1 a 0 contra a Bósnia (com um gol europeu mal anulado quando a partida ainda estava empatada em 0 a 0) pode ter custado as vagas do experiente zagueiro e capitão Joseph Yobo, de 33 anos, e que defende a seleção desde 2001, e do meia-atacante Michel Babatunde. Entrariam em seus lugares Godfrey Oboabona (que ainda dependerá de um teste no vestiário, pois sente dores musculares) e o atacante do Liverpool Victor Moses.

A provável escalação da Nigéria, para o jogo contra a Argentina, às 13h dessa quarta-feira, no Beira-Rio: Vincent Enyeama; Efe Ambrose, Joseph Yobo (Godfrey Oboabona), Kenneth Omeruo e Juwon Oshaniwa; Ogenyi Onazi, John Obi Mikel, Peter Odemwingie, Michel Babatunde (Victor Moses) e Ahmed Musa; Emmanuel Emenike.

Sobrou até para a Fifa

Se for pelo mistério, a Nigéria já ganhou da Argentina. Desde segunda, quando a delegação africana desembarcou em Porto Alegre, os treinos são fechados e o técnico Stephen Keshi, zagueiro da seleção na Copa de 94, faz questão de não abrir muita coisa.

A escalação segue com dúvidas e, no conhecimento de campo no Beira-Rio, até a TV da Fifa foi corrida do gramado. Não deixou de ser uma cena insólita. Ao contrário do restante da mídia, a TV da Fifa tudo pode. Enqaunto Keshi reunia os jogadores para iniciar o treino – e, nas tribunas, os demais jornalistas já eram convidados a se retirar – os câmeras da entidade se aproximaram para filmar a conversa. Ato contínuo, o técnico de 52 anos ordenou a um auxiliar mandasse eles se afastarem. E assim foi feito.

A Nigéria prepara a sua estratégia para tentar barrar o aniversariante desta terça-feira, Lionel Messi.

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