Mais do que um canal de informações, a internet já se consolidou como uma ferramenta para mobilizar pessoas. Essa prática, conhecida como tech-ativismo, começa em geral nas redes sociais e tem o ápice quando o trabalho online gera um resultado no mundo offline, na vida real. O maior exemplo de tech-ativismo que aconteceu no Brasil foram as manifestações de junho de 2013 – entre os dias 19 e 21, as ondas de protesto alcançaram 94 milhões de pessoas pelas redes, segundo um estudo do Grupo Máquina PR/Brandviewer.

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As hashtags unem as pessoas de forma global e, ainda assim, é possível organizar movimentos locais com o mesmo tipo de ferramenta. O engajamento que cresce com o acesso à informação convoca passeatas, organiza palestras e pode impactar um país, uma cidade ou um bairro. O primeiro caso tem como exemplo a Lei da Ficha Limpa, uma mobilização online que coletou 1,3 milhão de assinaturas para impedir a eleição de políticos condenados pela Justiça. A segunda situação se aplica à aluna catarinense Isadora Faber, que usou as redes sociais para apontar problemas em sua escola e, apesar de sofrer resistência, não desistiu de exigir melhorias no ambiente em que estudava.

Para disseminar a cultura do tech-ativismo, o Comitê para Democratização da Informática criou uma plataforma virtual chamada #NaReal, uma escola de tech-ativismo com espaço para aprender sobre tecnologias emergentes, empreendedorismo, ativismo social, entre outros tópicos. No portal, é possível criar as “causas”, um espaço para pessoas com objetivos de mudanças afins se encontrarem e discutirem novas ações – na Capital, três projetos de caráter histórico e ambiental estão inscritos: Luz no Fim da Ponte, Limpa Lagoa e Floripa de Praia Limpa. É com a inclusão digital que cada vez mais comunidades terão poder para modificar suas realidades e resolver seus problemas comuns.