A senadora e candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB-MS) afirmou nesta terça-feira (23) que, se eleita, os eventuais investimentos nas rodovias federais em Santa Catarina vão depender da iniciativa privada.

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— Um dos eixos do nosso governo é a parceira com a iniciativa privada. Ela tem que se somar conosco. Dinheiro público não é para asfalto, é para garantir emprego e renda, educação de qualidade, uma saúde decente, habitação para quem precisa, políticas públicas — afirmou.

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A declaração foi dada durante visita dela a Joinville, a primeira de Tebet a Santa Catarina desde que teve início a campanha eleitoral.

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No mesmo dia, ela voltou a tratar do tema, mas já em Itajaí, onde encerrou a passagem pelo Estado.

Nesta segunda ocasião, no entanto, ela ponderou que o investimento é justificável em alguns casos, depois de ter sido questionada sobre duplicações da BR-280, no Norte Catarinense, e da BR-470, no Vale do Itajaí:

— Nesses casos que me foram questionados, há um trecho em que faltam apenas 70 quilômetros. Não faz sentido passar para a iniciativa privada e ser cobrada depois uma maior tarifa [de pedágio]. Se o Estado tiver condições, ele termina esse trecho e, aí sim, faz a concessão depois.

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A demanda sobre as rodovias se estende hoje a todo o Estado, que abriga a que é considerada a pior do país, no Extremo-Oeste. Por conta disso, o governo Carlos Moisés (Republicanos) tem investido desde o ano passado em obras nas rodovias federais, embora sejam geridas pela União.

Tebet afirmou que os gastos do governador não se tratam, contudo, de um erro de gestão, mas que ocorrem por falta de apoio da União.

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Ela afirmou também que pretende promover um ambiente de negócios para atrair o empresariado, já que hoje o Estado tem apenas duas rodovias concessionadas.

— Existem bilhões de dólares fora de quem queira investir no Brasil, porque o Brasil está barato, o dólar está lá em cima. O que nós precisamos é garantir segurança jurídica, garantir que honramos os contratos, que temos estabilidade e uma democracia da qual não abrimos mão — disse ainda em Joinville.

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Tebet acrescentou que não só a recuperação de rodovias deve depender de investimentos da iniciativa privada, mas também outras obras de infraestrutura.

Entre elas, a candidata destacou a construção de ferrovias para atender escoamento logístico. Seriam 23 principais projetos pelo país, com ao menos um deles chegando a Santa Catarina, da Nova Ferroeste.

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— Eles conseguiriam garantir nos próximos seis anos até 2,5 milhões de empregos no Brasil. Estamos falando de R$ 100 bilhões de investimentos privados — disse Tebet.

Já de volta a Itajaí, a emedebista ponderou também que cada caso de possível participação da iniciativa privada deve ser analisado individualmente ao ser questionada sobre a eventual desestatização do porto da cidade, hoje concessionado pela União ao município.

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Ela disse que a questão seria tratada de maneira oportuna apenas no ano que vem, mas adiantou considerar o desempenho atual do porto de Itajaí um “case de sucesso”.

— Eu sou da tese de que, em time que está ganhando, não se mexe. A gente não quer privatizar por privatizar, mas só se isso for bom para o Estado e para o povo.

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A candidata pretendia visitar o porto, mas acabou vendo ele apenas da varanda de um hotel em frente ao local. Também por aperto na agenda, ela cancelou um passeio que faria pelo Centro de Joinville durante a manhã.

Em Itajaí, a candidata também visitou o campus local da Universidade do Vale do Itajaí, antes do voo que teria para São Paulo a partir de Navegantes.

Simone Tebet concorre ao cargo de presidente pela primeira vez, acompanhada em sua chapa da candidata a vice e também senadora Mara Gabrilli (PSDB-SC).

Antes de ser eleita ao Senado, Tebet foi vice-governadora de Mato Grosso do Sul, prefeita por dois mandatos de Três Lagoas e deputada estadual também no Estado.

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Ela é também advogada e já foi professora universitária. A entrada na política se deu por influência do pai, Ramez Tebet, que foi presidente do Senado.