Os dedos dela deslizam no antigo piano Steinway, na sala de música do Teatro Carlos Gomes, como se um pertencesse ao outro durante séculos. De repente, a canção do compositor coreano Yiruma – River Flows in You – toma conta do espaço.

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A pianista, de óculos escuros, toca e sorri, como se num passe de mágica pudesse ver todas as belezas do mundo. Larissa Gebien, 15 anos, está na primeira série do Ensino Médio da Escola João Widemann, mora com a família no Bairro Salto do Norte, em Blumenau, e há cinco anos é uma das bolsistas na escola de música do Teatro Carlos Gomes.

Em setembro, o Ministério da Cultura do Governo Federal aprovou um projeto que disponibilizará 276 bolsas de estudo nas escolas de teatro, música e dança do Teatro Carlos Gomes, para o ano de 2013.

Um incentivo de R$ 388.940, que será totalmente abatido via Lei Rouanet, na dedução do Imposto de Renda das empresas parceiras. Elas serão o mecenas (padrinho/investidor) que irão, além de tudo, colaborar na formação dos talentos locais, como o de Larissa e outros jovens.

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Larissa chegou ao mundo aos oito meses. Determinada a fazer a diferença, sobreviveu à UTI. Nasceu com glaucoma, uma das visões estava afetada e aos quatro anos perdeu o que restava da outra. Logo de pequena, aprendeu a tocar flauta doce.

O professor do pré-escolar, notando o dom musical da menina, sugeriu aos pais que a filha fizesse aulas de piano. Aos cinco anos, Larissa reencontrou a visão do mundo na música e sobreviveu a mais uma situação, o preconceito da cegueira.

Como na escola ainda não há partitura em braile, Larissa aprende escutando a música. Com a orientação do professor e amigo Reginaldo Nascimento, ela grava na mente as notas e depois toca com devoção.

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– Ela é um talento! – afirma o professor com orgulho.

Oportunidade reconhecida

Outros alunos bolsistas também são referência nas escolas do teatro. É o caso de Vitor Zendron da Cunha, 15 anos, aluno de piano premiado em concursos e um dos integrantes do Clube do Piano que apresentou-se recentemente em recital no teatro. O pai dele, Orivaldo da Cunha, 48 anos, comenta:

– Em primeiro lugar, a bolsa significa valorização. O aluno se sente reconhecido. Vitor é muito dedicado, estuda três horas por dia. Se ele não tivesse a bolsa de estudos, não sei se teríamos condições de ele continuar – diz o pai em tom de aflição.

Serviço:

Interessados em investir no sistema de cotas podem entrar em contato pelo telefone (47) 3144-7166, pelo e-mail diretoria@teatrocarlosgomes.com.br ou na secretaria do Teatro Carlos Gomes, Rua XV de Novembro, 1181, Centro, Blumenau.

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