O ministro Walton Alencar, do Tribunal de Contas da União (TCU), liberou nesta segunda (4) uma inspeção para apurar possíveis irregularidades no Ministério da Educação (MEC). A determinação ocorre em meio a denúncias de influência dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos na liberação de recursos da pasta, que levaram à saída do ministro Milton Ribeiro.
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“Julgo necessária a realização de inspeção para a apuração de irregularidades na gestão das transferências voluntárias do MEC e do FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação] quanto à interferência indevida de agentes privados na liberação de recursos públicos na área da educação”, apontou Alencar, no despacho datado desta segunda.
De acordo com o ministro do TCU, a apuração dos dados desse caso continua sendo de extrema gravidade, mesmo após a exoneração de Ribeiro.
A reportagem entrou em contato com o MEC para um posicionamento e aguarda resposta. O texto será atualizado em caso de retorno.
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Saída de Milton Ribeiro e investigação dos pastores
Milton Ribeiro pediu exoneração do cargo de ministro da Educação no dia 28, uma semana após a divulgação de um áudio em que ele afirmava que o governo federal prioriza a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores. Sem cargos, os líderes religiosos atuariam em um esquema informal de liberação de verbas do MEC, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.
— Foi um pedido especial que o presidente da República [Jair Bolsonaro (PL)] fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar [Santos] — diz o ex-ministro na gravação.
A Polícia Federal abriu inquérito na semana passada para investigar a ação dos pastores junto ao MEC. A pedido da Procuradoria-Geral da República, o Supremo Tribunal Federal (STF) também autorizou a abertura de apuração.
Ribeiro admitiu ter encontrado os religiosos, mas isentou Bolsonaro. Nas redes sociais, o pastor Gilmar afirmou serem falsas as notícias sobre sua participação como intermediador na liberação de verbas do MEC para prefeituras. Arilton Moura não se manifestou.
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