Os tchecos votavam nesta sexta-feira (12) em eleições presidenciais que continuarão até sábado e na qual se enfrentam o presidente em fim de mandato, Milos Zeman, pró-Rússia, pró-China e antimuçulmano, ligeiramente favorito, e seus adversários pró-europeus e mais liberais.
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O primeiro dia deste primeiro turno eleitoral foi marcado pelo protesto de uma ativista com o peito nu que chamou Zeman de “puta do Putin”, antes de ser impedida pelos guarda-costas de Zeman.
Os seguranças também tiveram que ajudar Zeman, visivelmente impactado pelo incidente.
Essas eleições são um desafio para o veterano esquerdista de 73 anos, que aspira a um segundo mandato na presidência. Entre os oito candidatos, seu principal adversário é o ex-chefe da Academia de Ciências, Jiri Drahos.
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Segundo as pesquisas, Drahos, de 68 anos, poderia ganhar no segundo turno, previsto para os dias 26 e 27 de janeiro, com 48,5% dos votos, contra 44% obtido por Zeman.
“Se eu acabar votando, votarei por Drahos. Parece um homem honesto. Mas, sobretudo, estou farta de Zeman”, disse a dona de um bar de vinhos de Praga, Eva Simova, de 53 anos, à AFP.
A enfermeira Sarka Brozova, de 51 anos, declarou que escolher entre esses dois candidatos em um segundo turno seria difícil. “Zeman às vezes não representa bem o país, e Drahos me parece muito velho para entrar na política”.
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Neste país de 10,6 milhões de habitantes, cerca de 15 mil centros de votação abriram às 13h00 GMT (11h00 de Brasília) e irão fechar às 21h00 GMT (19h00 de Brasília). No sábado, o voto continuará entre às 07h00 e 13h00 GMT.
Os primeiros resultados serão revelados horas depois do encerramento das seções.
O presidente em fim de mandato goza do apoio das zonas rurais e dos operários.
Em um país onde grande parte da população se opõe à imigração, seu discurso sobre a crise migratória seduz muitos quando a qualifica de “invasão organizada”, e afirma que os muçulmanos são “impossíveis de integrar”.
O centrista liberal Drahos é, por sua vez, o candidato favorito dos intelectuais e dos moradores das grandes cidades. De ideias pró-europeias, considera que Praga deve “desempenhar um papel mais ativo na União Europeia”.
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As eleições presidenciais coincidem com a espinhosa formação de um novo governo após as legislativas de outubro de 2017.
* AFP