– Avançaram na minha garganta e puxaram parte do meu corpo para fora, me deixando apenas com a visão de cima do carro. Fiquei com a língua presa entre os dentes e sem condições de respirar direito.

Continua depois da publicidade

Esse é o relato de um taxista que trabalha na região central de Joinville há sete meses e foi assaltado há menos de um mês.

Era noite de sexta-feira e o taxista trabalhava no ponto em frente à Sociedade Floresta, onde havia um baile. Por volta das 4h30, quatro jovens, que já estavam na rua havia algum tempo com algumas garotas, pegaram o táxi. Disseram que queriam ir ao PA Leste, no Aventureiro.

Ao chegarem na rua Antônio Jorge Cecyn, já no bairro da zona Leste, pediram para o taxista parar em uma esquina.

– O homem que estava na frente apontou um revólver e os três atrás me agarraram pelo pescoço – lembra.

Continua depois da publicidade

Instantes depois, com a língua sangrando, o taxista soube que o objetivo dos jovens não era assaltá-lo e sim não pagar a corrida.

– A minha vida quase custou R$ 45 – disse.

Como o taxista foi assaltado na esquina de uma rua residencial, logo apareceu um morador para ajudá-lo.

– Ele me deu água e me conduziu até o Centro, porque eu não estava conseguindo localizar o meu patrão para pegar a chave reserva do táxi (os assaltantes ficaram com a chave do veículo) – lembra.

Após o susto vivido há 25 dias, o taxista mudou alguns hábitos.

– Neste ponto (na zona Sul), eu fico até 2 horas, 2h30 no máximo. Estou buscando outras opções e evitando ao máximo ir lá.

Continua depois da publicidade

Ele não registrou boletim de ocorrência.

– A gente não bota fé nessas coisas, mero comodismo, estava cansado, era fim de semana – disse.

Casos como o deste taxista aliado à morte de um colega no último fim de semana, em Joinville, instalaram um clima de insegurança na categoria.

O delegado da Divisão de Homicídios, Paulo Campos dos Santos, responsável pelo inquérito do taxista assassinado, afirma que algumas pessoas já foram ouvidas e informações estão sendo checadas, mas, por enquanto, a investigação não tem uma linha definida.

Cotidiano de medo e pouco registro de BO

Chegou a pensar que seria morto

“Fiquei dois meses e pouco sem trabalhar”