– Agora eu vou parar com táxi.

Após imaginar a morte, o alívio e a certeza de estar vivo fizeram o taxista Nilton César Nazário Filho, 35 anos, querer mudar de profissão. Na madrugada de quarta-feira, no Bairro Potecas, em São José, ele pensou que aqueles momentos seriam os últimos em vida.

Continua depois da publicidade

Na viagem de fechamento da noite, por volta das 5h30min, quando já se encaminhava para levar o carro para o posto de gasolina, no Bairro Praia Comprida, e entregá-lo ao companheiro de trabalho, um Gol branco cortou sua frente. Nele, um menor de idade apontou uma arma para Nilton e ordenou: “Nem te mexe”.

Parado, o menor entrou no banco da frente, e outra pessoa sentou atrás. O do banco do carona amarrou uma corda no encosto do banco, que pressionava o pescoço de Nilton.

Continua depois da publicidade

Após levar alguns socos, o homem do banco traseiro encostou uma arma na sua nuca e mandou tocar o carro, com um terceiro seguindo eles no Gol. Foram até um lugar desabitado, na Rua Hamilton de Lima, em Potecas, onde apanhou mais, teve os dois celulares jogados no mato e R$ 300 roubados.

– Tu se sente um nada. Não sabe o que te espera – contou.

Nilton planeja fazer um curso em outra área

Com medo, Nilton já planeja fazer o curso de reciclagem de vigilante para trocar de profissão. Foi a segunda vez que ele foi assaltado como taxista, mas a primeira a deixar marcas.

No entanto, nesta quinta, a partir as 7h, já será possível encontrá-lo no táxi. Como ele mesmo disse, “amanhã continua tudo de novo”.

Continua depois da publicidade

Investigação policial

A Polícia Militar fez buscas na região, nesta quinta-feira cedo, mas ninguém foi localizado. O caso será investigado pelo setor de inteligência da PM, que já tem conhecimento da atuação do automóvel envolvido no assalto em outros casos. Segundo a Associação de Taxistas de São José e de Florianópolis, esta foi a quarta vez que abandonaram um profissional na região do Bairro Potecas.