A CPI dos Táxis de Florianópolis obteve nesta sexta-feira uma importante prova do mercado paralelo de placas na Capital.
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Ex-presidente do Sindicato dos Taxistas de Florianópolis entre 2001 e 2007, Joaquim Rogério Matos admitiu que o empresário Isaías Gomes dos Santos, suspeito de explorar o sistema irregularmente, administrou a placa dele (a 0203) entre 2006 e 2011. E ainda hoje é o arrendatário.
– Eu tinha outros compromissos na época (como presidente do sindicato) e o Isaías administrou meu táxi uns quatro ou cinco anos. Ainda hoje, na maior parte do tempo, é ele (Isaías) quem administra. Tiro entre R$ 2,2 e R$ 3 mil por mês, dependendo do faturamento – disse o taxista, mudando o depoimento que deu à CPI em 4 de julho, quando negou ter qualquer tipo de relação com o empresário.
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O ex-presidente foi reconvocado pelos vereadores porque foi citado numa negociação de venda de placa. Ontem, ao ser questionado sobre as acusações, negou que tenha recebido R$ 10 mil como intermediário e não conseguiu explicar porque uma ação trabalhista envolvendo o táxi 0203 tinha Isaías como réu. Sem saber nomes ou mesmo o valor do acordo feito na Justiça, o taxista acabou irritando os vereadores.
O advogado Orlando Antonio Rosa Jr., que defende o empresário e outros proprietários de placas, disse que desconhece o arrendamento citado pelo ex-presidente do sindicato. Contratado pelas testemunhas Ricardo Knies e Cristiano dos Santos, Rosa Jr. falou ainda que seus clientes só vão comparecer à CPI depois que tiver acesso aos autos. Os dois deveriam depor ontem, mas não atenderam a convocação dos vereadores. O presidente da CPI, Guilherme Pereira (PSD), garantiu que as informações serão repassadas ao advogado na segunda-feira.
Comissão vai pedir para cancelar 60 placas
Pereira antecipou nesta sexta-feira que a CPI tem informações suficientes para pedir à Secretaria de Transportes o cancelamento de pelo menos 60 concessões de táxi. Os detalhes estarão no relatório que está sendo produzido por Tiago Silva (PDT), que planeja encerrar o trabalho até 15 de agosto. Na segunda-feira, a CPI volta a se reunir. Na pauta estará a convocação da família de Isaías, que deve ser ouvido pelos vereadores na quinta-feira. Os vereadores falam em convocar outros sete parentes dele.
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