Contradições marcaram o segundo dia de depoimentos da CPI dos Táxis de Florianópolis: duas horas depois de o secretário Valmir Piacentini (PSDB) comunicar aos vereadores que suspendeu a licença do táxi 0383 devido a suspeitas de irregularidades, o veículo foi flagrado pelo DC trabalhando normalmente no Bairro Trindade.

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O veículo foi apreendido pela polícia ao ser usado para transportar drogas, segundo consta em boletim de ocorrência registrado em 17 de maio. Uma cópia foi entregue pelo secretário aos vereadores.

Segundo o boletim, o motorista foi abordado com um passageiro que fugiu a pé ao ver a PM. No interior do táxi havia cocaína e crack. O taxista não deu explicações sobre a droga, mas fala no B.O. que o carro é administrado por Isaías (Gomes dos Santos), suspeito de ter mais de 60 placas na Capital – a lei proíbe o arrendamento e a transferência das permissões).

A licença e o carro, que foi apreendido e liberado uma semana depois, estão no nome de Volnei Vagner Flores. O relator Tiago Silva (PDT) informou que carro com a placa 0383 está registrado no Detran no endereço onde funciona a Oficina 1.0. O estabelecimento é de Isaías.

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– É uma coincidência horripilante – disse o relator.

O advogado de Isaias e Flores, Orlando Antonio Rosa Jr., nega o arrendamento e acredita que o motorista tenha dado uma informação incorreta no boletim de ocorrência. Sobre o fato de o endereço cadastrado no Detran ser o da Oficina 1.0, explicou que o permissionário não tem imóvel na Capital e que o estabelecimento é referência para muitos taxistas da cidade, uma vez que oferece serviços especializados.

E, contrariando a informação de Piacentini, o advogado disse que o veículo está circulando normalmente porque não teve a licença suspensa:

– Meu cliente não foi notificado – afirmou.

A CPI dos Táxis deve convocar Isaías para depor nos próximos dias. O advogado Rosa Jr. disse que seu cliente irá falar, mas quer ter acesso aos autos da investigação e vai solicitar um habeas corpus preventivo.

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