A taxa de óbitos por Covid-19 em idosos não vacinados ou com a vacinação incompleta é 47 vezes maior do que naqueles que já receberam a dose de reforço em Santa Catarina. É o que aponta um estudo feito pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIve) e divulgado nesta quarta-feira (2). O levantamento também indica um maior número de hospitalizações entre aqueles que não se vacinaram contra a doença. 

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Os dados levam em conta as mortes e hospitalizações por Covid-19 no Estado entre 1º de novembro de 2021 e 30 de janeiro deste ano. No período, foram 871 mortes e 2.501 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com diagnóstico positivo para a doença. 

Em relação a mortalidade, a taxa de óbitos na população acima de 60 anos que não tomou nenhuma dose ou está com a vacinação incompleta é de 836,4 a cada 100 mil pessoas vacinadas. Entretanto, entre os idosos que completaram o esquema primário e receberam a dose de reforço, a proporção cai para 17,7 a cada 100 mil vacinados – ou seja, um risco 47 vezes menor de morte. 

Já entre a população adulta – 18 a 59 anos – a taxa de óbitos é 39 vezes maior entre aqueles que não se vacinaram ou estão com esquema incompleto: 27,3 a cada 100 mil imunizados contra 0,7 entre aqueles que estão com a vacinação em dia. 

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— Os dados demonstram a importância da dose de reforço para se garantir uma proteção mais ampla contra formas graves da Covid-19, reduzindo hospitalizações e mortes principalmente na população acima de 60 anos, mas também na população de 18 a 59 anos, num contexto de alta transmissibilidade promovida pela variante Ômicron do coronavírus — explica o superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário.

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Taxa de hospitalização também é maior entre idosos não vacinados 

O estudo também trouxe dados a respeito da taxa de hospitalização. De acordo com a Dive, entre os idosos acima de 60 anos que ainda não se vacinaram ou se encontram com a vacinação incompleta, o índice foi de 1.567,8 casos por 100 mil pessoas imunizadas. 

Em contrapartida, entre aqueles que completaram o esquema primário e receberam a dose de reforço, a taxa de hospitalização cai para 50,2 por 100 mil vacinados, ou seja, um risco 31 vezes menor que naqueles que não buscaram a vacina. 

Se levar em conta a população adulta – 18 a 59 anos -, a taxa de hospitalização foi 20 vezes maior entre aqueles não vacinados ou com o esquema incompleto (116,0 a cada 100 mil vacinados) ao comparar com os catarinenses que estavam imunizados contra a doença (5,9 casos a cada 100 mil). 

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— Temos uma boa parte da população já vacinada, e aquelas que se encontram no grupo dos não vacinados estão com o risco maior que os vacinados — pontua Macário.

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SC tem mais de 400 mil idosos com a dose de reforço atrasada 

Até esta quarta-feira, 1.110.860 idosos com 60 anos já tomaram as duas doses da vacina contra a Covid-19. Mas apenas 651.489 receberam a dose de reforço, o que representa um pouco mais de 59% da cobertura vacinal para essa faixa etária. 

De acordo com a Dive, aproximadamente 459 mil idosos estão com a dose de reforço atrasada em Santa Catarina. Isto, inclusive, é o que tem refletido no aumento da taxa de ocupação de leitos hospitalares e de UTI em todo o Estado, além da mortalidade. 

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Só entre a segunda e a terceira semana do ano, Santa Catarina teve um aumento de 95% no registro de mortes. As principais vítimas são os idosos, principalmente aqueles que não receberam a dose de reforço. 

— Nós precisamos vacinar e todos precisam ter ciência de que essa é a melhor forma para sairmos dessa pandemia. Quando olhamos para os pacientes que estão evoluindo de forma grave com o coronavírus, observamos que a maioria possui um esquema vacinal incompleto e neste sentido é imprescindível que a população busque a dose de reforço e que os municípios facilitem o acesso à vacina ampliando e flexibilizando os horários de atendimento — salienta secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro.

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